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sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Link para três livros de estudos amazônicos.
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segunda-feira, 25 de março de 2019

A “floresta urbanizada” - ppt carregar

A “floresta urbanizada” - ppt carregar: Pressupostos teórico-metodológicos O espaço é produzido social e historicamente; Forte vínculo com crescimento econômico (heterogêneo e descontínuo) Eixos diferenciados (dimensões e perfis urbanos diferenciados) Imbricação urbano-rural
Criei um grupo de whatsapp sobre a disciplina de estudos amazônicos.
Quem se interessar, o link do grupo é este aqui: https://chat.whatsapp.com/LTA9JAWztcw1dc18TLhlhz

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Bom dia!
Estou pensando em formar um grupo de whatsapp sobre a disciplina de Estudos Amazônicos.
Deixem seus números ou mandem mensagem para (91) 985077339.
Talvez seja mais prático para trocarmos experiências, materiais e conhecimentos.
Um forte abraço!

sexta-feira, 20 de julho de 2018

6º ano 2º semestre


OS ESTADOS DA AMAZÔNIA

Acre

A incorporação do Acre ao Brasil foi um fato singular na história do país: deveu-se às populações do Nordeste, que povoaram o território e o tornaram produtivo, repetindo proeza dos bandeirantes dos séculos XVI e XVII.
A ocupação da região começou na segunda metade do século XIX, quando nordestinos flagelados pelas secas acorreram para lá em busca da riqueza natural dos seringais. No entanto, a incorporação definitiva do Acre ao Brasil se deu no começo do século XX, após décadas de conflitos armados e disputas diplomáticas com a Bolívia e o Peru.
O estado do Acre situa-se no sudoeste da Amazônia brasileira, na região Norte, onde ocupa uma área de 153.150km2. Limita-se com o estado do Amazonas, ao norte; o Peru, ao sul; a Bolívia, a sudeste; e o estado de Rondônia, a leste. Sua capital é Rio Branco.


Geografia física

Praticamente todo o relevo do estado do Acre se integra no baixo platô arenítico, ou terra firme, unidade morfológica que domina a maior parte da Amazônia brasileira. Esses terrenos se inclinam, no Acre, de sudoeste para nordeste, com topografia, em geral, tabular. No extremo oeste se encontra a serra da Contamana ou do Divisor, ao longo da fronteira ocidental, com as maiores altitudes do estado (609m). Cerca de 63% da superfície estadual fica entre 200 e 300m de altitude; 16% entre 300 e 609; e 21% entre 200 e 135.
O clima é quente e muito úmido, do tipo Am de Köppen, e as temperaturas médias mensais variam entre 24 e 27o C. As chuvas atingem o total anual de 2.100mm, com uma nítida estação seca nos meses de junho, julho e agosto. A floresta amazônica recobre todo o território estadual. Muito rica em seringueiras da espécie mais valiosa (Hevea brasiliensis), a floresta garante ao Acre o lugar de primeiro produtor nacional de borracha. Os principais rios do Acre, navegáveis apenas nas cheias (Juruá, Tarauacá, Embira, Purus, Iaco e Acre), atravessam o estado com cursos quase paralelos e só vão confluir fora de seu território.

População

É escassa a população do estado. Mais da metade concentra-se em dois municípios, Rio Branco e Cruzeiro do Sul. A distribuição geográfica da população, dispersa ao longo dos rios, reflete a dependência da navegação fluvial para as comunicações. Pouco mais da metade dos habitantes vive na zona rural, e cerca de sessenta por cento da população ativa ocupa-se de atividades extrativas. Povoações distantes entre si por dias de caminhada pela floresta e que por vezes, no período das chuvas, ficam completamente isoladas, dificultam a irradiação da saúde pública. Dos municípios, apenas Rio Branco tem abastecimento de água encanada, mas não possui serviço de esgoto, o que impede o controle da disenteria amebiana endêmica. A malária é a maior causa de mortalidade infantil.

Economia

A economia acreana repousa na exploração de recursos naturais. O mais importante é a borracha, produto no qual se baseou o povoamento da região. A extração da borracha se faz ao longo dos rios, pois a seringueira é árvore de mata de igapó. Os tipos produzidos são caucho, cernambi caucho, cernambi rama e cernambi seringa. A maior parte da produção estadual cabe à bacia do rio Purus. Nessa região destaca-se o vale do rio Acre, que, além de possuir o maior número de seringueiras, é também região rica em castanheiras. A floresta acreana é também objeto de exploração madeireira, e a caça nela praticada parece contribuir de forma substancial para a alimentação local.
A agricultura reduz-se a pequenas culturas de mandioca, feijão, cana-de-açúcar e arroz. A indústria de transformação compreende pouco mais que algumas serrarias e pequenas fábricas de rapadura e de farinha de mandioca.
Como os rios mantêm no estado cursos aproximadamente paralelos, as comunicações entre os diversos vales se fazem pelas confluências, o que envolve longos percursos. Com a conclusão das estradas que integram a ligação Rio Branco-Porto Velho-Cuiabá-Limeira, o Acre passou a contar com transporte rodoviário para o Sudeste do país.

Amazonas

O nome Amazonas, que se transmitiu do rio à região e, depois, ao maior estado do Brasil, deve-se ao espanhol Francisco de Orellana, que em 1541 afirmou ter combatido uma tribo de mulheres aguerridas. Comparou-as às amazonas, guerreiras lendárias que amputavam o seio direito para melhor manejarem o arco.
Cortado pela linha do equador em sua porção setentrional, o estado do Amazonas limita-se a leste com o Pará, ao norte com Roraima e a Venezuela, a oeste com a Colômbia e o Peru, e ao sul com Acre, Rondônia e Mato Grosso. É o mais extenso dos estados brasileiros, com uma área de 1.577.820km2, o que representa quase um quinto do território nacional. A capital é Manaus.

Geografia física

Relevo

Cerca de 61% da superfície do Amazonas se situam abaixo de cem metros, 32% entre 100 e 200 metros e somente sete por cento acima dos 200m de altitude. No entanto, é no estado que se encontra o ponto culminante do Brasil, o pico da Neblina, com 3.014m, na serra Imeri, junto da fronteira com a Venezuela, no planalto cristalino.


 Quatro unidades compõem o quadro morfológico geral. O baixo platô arenítico, localmente chamado terra firme, por estar fora das maiores cheias, recobre, com sua vasta superfície tabular, grande parte do estado. Nele, o rio Amazonas e afluentes abriram grandes calhas, que preencheram parcialmente com seus aluviões, dando origem à segunda unidade morfológica, a planície aluvial ou várzea. Ao norte, estende-se o planalto cristalino, com uma superfície ondulada, dominada por alinhamentos montanhosos junto à fronteira venezuelana. Na maior parte, o Amazonas é constituído por terrenos sedimentares recentes (do período quaternário).

Climas e solos

O clima é quente e chuvoso, do tipo Af de Köppen. A temperatura média anual eleva-se a cerca de 26o C e os totais pluviométricos a 2.500mm. Com exceção da região oriental, onde se faz sentir uma nítida estação seca nos meses de julho e agosto (clima Am), o estado recebe chuvas durante todo o transcorrer do ano. Em virtude de serem intensamente lavados pelas chuvas, os solos de terra-firme são em geral pobres em nutrientes minerais. Já os solos de várzea, sujeitos a inundações, renovam-se periodicamente pela deposição de aluviões, mantendo-se férteis.

Vegetação e hidrografia

A floresta equatorial, que reveste todo o território do estado, diferencia-se em dois tipos: a mata de terra-firme, onde se destaca a castanheira, e a mata de várzea, onde se destaca a seringueira. Registram-se ainda pequenas ocorrências de campos limpos, nas várzeas, e campos cerrados, nas terras firmes.
A rede de drenagem é comandada pelo Amazonas, que, juntamente com os principais afluentes, mantém curso francamente navegável até os limites do estado. Ao longo dos rios observam-se numerosos lagos, entre os quais se destacam os de Coari, Badajós, Piorini e Canaçari.

População

A população do Amazonas é uma das mais rarefeitas do país, com densidade demográfica inferior a 1,4 hab./km2 no início da década de 1990. A distribuição geográfica da população ao longo dos rios revela dependência do transporte fluvial e preferência pelos solos de várzea. Cerca de dois quintos da população do estado vivem na zona rural. Essa população rural é quase inteiramente constituída de “caboclos”. Há grande número de nordestinos e seus descendentes, atraídos pelo apogeu da borracha. Portugueses, japoneses, sírio-libaneses e espanhóis formam um contingente de estrangeiros pequeno, mas economicamente ativo. No estado, encontram-se 33 grupos indígenas, cuja população é cada vez menor, destruída por doenças, choques com civilizados e falta de elementos econômicos de sobrevivência.
A principal cidade do estado é Manaus, que em 1980 concentrava quase metade da população amazonense. Além de capital político- administrativa, porto internacional e centro industrial, Manaus desempenha, também, em relação ao comércio e aos serviços, as funções de capital regional para uma vasta área, que inclui, além do estado do Amazonas, o Acre e Roraima. A segunda cidade do estado é Parintins, situada na margem direita do Amazonas, próximo à divisão com o Pará; a terceira é Manacapuru; a quarta, Itacoatiara, na margem esquerda do rio e ligada a Manaus por 286km de estrada de rodagem. Todas com pouco mais de cinquenta mil habitantes em inícios da década de 1990.

Economia

Atividades extrativas e agropastoris. A exploração de recursos florestais assume grande importância no Amazonas, embora o valor global dos produtos da coleta não chegue a ultrapassar o dos agropastoris. O principal produto extrativo é a borracha, explorada principalmente nas margens dos afluentes meridionais do Amazonas (Madeira, Purus e Juruá). Seguem-se a castanha-do-pará, as gomas não elásticas e a piaçava.
Entre os recursos naturais, os de origem vegetal são os mais importantes do estado e permitem a extração de borracha, castanha, madeira, sementes oleaginosas e fibras, ainda exploradas segundo métodos primários e de maneira insuficiente. As possibilidades de extração mineral vêm-se ampliando (ferro, manganês, linhita, cassiterita, petróleo, gás). Há referências à existência de argila plástica, feldspatos e calcários, no baixo Amazonas. Os rios e lagos amazônicos são bastante piscosos, e suas florestas abrigam variada fauna, o que garante uma importante atividade no setor da caça.
As atividades agrícolas desenvolvem-se nos solos de várzea, sobretudo no trecho situado a jusante da embocadura do Purus. A juta, o guaraná e a mandioca são os principais produtos. Em valor de produção, as três culturas juntas superam a borracha. Em menor escala cultivam-se também a banana, a cana-de-açúcar, o feijão e a laranja. Nos campos de várzea criam-se bovinos.

Indústria e recursos minerais

Praticamente todas as atividades fabris do estado concentram-se na cidade de Manaus, que conta com estabelecimentos de beneficiamento de borracha, castanha-do-pará e madeira, moinho de trigo e tecelagem de juta, além da refinaria de petróleo de Manaus.
A Zona Franca de Manaus, que começou a ser implantada em 1967, ganhou maior expressão como centro industrial autônomo a partir de 1972. O empreendimento contribuiu, em especial, para o progresso de Manaus.
Entre as riquezas minerais do estado incluem-se ferro, manganês, linhita, cassiterita, petróleo e gás natural (bacias do médio e baixo Amazonas, respectivamente com 300.000 e 100.000km2).

Transportes

O Amazonas não possui ferrovias

A rede rodoviária, da qual pouco mais de um terço é pavimentado, compreende a BR-319, que liga Manaus a Porto Velho RO e intercepta, em Humaitá, a Transamazônica (BR-230), que atravessa o sul do estado; a BR-174, que liga Manaus a Boa Vista RR; e uma estrada estadual ligando Manaus a Itacoatiara. A maior parte do transporte é, entretanto, realizada por meio dos rios, que oferecem boas condições de navegabilidade. Nesse particular, destaca-se o rio Amazonas, que, além de grande volume de água, possui um declive muito suave, pois desde Benjamin Constant, na fronteira com o Peru, até a sua foz, desce apenas 65m. Essa circunstância permite ao porto de Manaus receber navios de grande calado.

Cultura e turismo

As mais importantes entidades culturais do estado são o Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, a Academia Amazonense de Letras e a Associação Comercial do Amazonas, todas na capital. A Universidade Federal do Amazonas foi fundada em 1965.
Das bibliotecas registradas no estado, as mais importantes, além das pertencentes às entidades acima, são a Biblioteca Pública do Amazonas e a Biblioteca Central da Universidade do Amazonas. Vários municípios, agências do IBGE e missões religiosas mantêm pequenas bibliotecas públicas. Entre os museus, cabe destacar o do Homem do Norte, o do Índio e o de Ciências Naturais.
O único centro de atração turística do estado é a cidade de Manaus. Destacam-se na cidade, além do Teatro Amazonas, construído na época áurea da borracha em estilo renascentista italiano, os seguintes monumentos: o palácio Rio Negro, sede do governo estadual; o palácio Rio Branco, onde se encontra uma excelente coleção de numismática; o palácio da Justiça e do Comércio; o Hotel Amazonas; o edifício da Alfândega; a catedral de Nossa Senhora da Conceição.
Outra atração turística consiste em passeios de barco pelos rios Negro e Amazonas, sobretudo na área onde se verifica o encontro das águas dos dois rios, de cores diferentes. Outros pontos de interesse são as piscinas naturais de Flores, Turumãzinho e Bosques; as praias fluviais de Ponta Negra e Cacau Pirera; e a cachoeira de Turumã Grande. A melhor época para pesca é o período de setembro a novembro.

Folclore

Entre as festas populares, as mais importantes são a folia de são Benedito, a festa de são Roque (16 de agosto), a festa do Divino (domingo de Pentecostes), a Alumiação (2 de novembro). Cabe mencionar ainda o Boi de Reis; o Boi-Bumbá (variante do bumba-meu-boi do Nordeste), que se realiza durante os festejos de são João; e a Meia-Lua, procissão fluvial no rio Amazonas.
Região de folclore riquíssimo, existe no Amazonas toda uma série de entidades lendárias de origem indígena, entre os quais há que destacar o urutau, símbolo da quietude; o maguapari, monstro das florestas; o boto, ser encantado em peixe; o uirapuru, pássaro encantado; o muiraquitã, talismã de pedras verdes; a boiuna, a quem são atribuídos os acontecimentos mais inverossímeis; o curupira, demônio da floresta, representado por um anão de cabeleira rubra e pés ao inverso; o Mapinguari, animal fabuloso, semelhante ao homem, mas todo cabeludo; o pronominarei, herói de um ciclo de aventuras; e o uiauara, duende assombrador.

A culinária típica do Amazonas também é bastante diversificada

Os pratos mais famosos são o abunã ou arabu, pirão de ovos de tartaruga ou outro quelônio, com farinha e açúcar; a farofa do casco, servida com prato de tartaruga; a maniçoba, pirão de farinha de mandioca, que se come com cozido; o pacicá, quitute preparado com os miúdos da tartaruga, temperados e cozidos no próprio casco; o peito de forno, um picado de tartaruga, temperado com limão, sal e pimenta; o tacacá, papa de goma que se junta ao tucupi, que é por sua vez, um dos molhos tradicionais da Amazônia.

Amapá

Situado no extremo norte do litoral brasileiro e separado da Guiana Francesa pelo rio Oiapoque, o Amapá passou à condição de estado em 1988, tendo como sustentáculo econômico a extração de manganês, de que é o maior produtor nacional.
Com uma área de 143.454km2, o estado do Amapá situa-se na região Norte e se limita a leste com o oceano Atlântico, ao norte com a Guiana Francesa e o Suriname, e ao sul com o estado do Pará. A capital é Macapá.

Geografia física

Cerca de 95% do território do Amapá encontra-se abaixo de 300m de altitude, e 72%, abaixo de 200m. Quatro unidades morfológicas podem ser identificadas: a planície litorânea, formada por terrenos baixos e alagadiços; as planícies aluviais, nos baixos e médios cursos de rios (várzeas); o baixo platô arenítico, estreita faixa de terrenos tabulares situada a oeste da planície litorânea; e o planalto cristalino, na porção central e ocidental do estado, com grandes extensões de colinas e morros, dominados por cristas montanhosas (serra do Tumucumaque, com cerca de 540m).


O Amapá está sujeito a um clima quente superúmido (do tipo Aw, de Köpen). As temperaturas médias mensais oscilam entre 25 e 26oC e os totais anuais de chuva ultrapassam 2.500mm. A precariedade da ocupação humana tem permitido manter quase inalterada a floresta amazônica, que cobre a maior parte do estado. Na porção oriental aparecem campos limpos, que alternam com as florestas nas várzeas de rios e na planície litorânea; campos cerrados, no baixo platô arenítico; e manguezais, na fímbria litorânea. Os rios mais extensos do Amapá são o Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa, e o Araguari; ambos correm diretamente para o oceano Atlântico. Dos tributários do Amazonas, o principal é o Jari, na divisa com o Pará.

População

O Amapá é uma das unidades da federação de povoamento mais rarefeito, com menos de dois habitantes por quilômetro quadrado no início da década de 1990. Quase toda a população se encontra na porção oriental (planície litorânea e baixo platô arenítico). Apenas duas pequenas áreas do planalto cristalino foram efetivamente ocupadas: a região das nascentes do rio Caciporé (antigas minas de São Lourenço) e a região da serra do Navio (jazidas de manganês). Pouco mais de metade dos habitantes vive nas zonas urbanas.

Economia

O Amapá é o maior produtor nacional de manganês, minério que o estado explora desde 1957. As jazidas da serra do Navio foram arrendadas pela Icomi (Indústria e Comércio de Minérios S.A.), empresa fundada em Belo Horizonte em 1942, à qual se associou, na qualidade de acionista minoritária, a Bethlehem Steel Corporation, norte-americana. A Icomi paga ao governo do estado royalties de quatro a cinco por cento por tonelada de minério exportada. O porto de escoamento é o de Santana, em Macapá, ligado à serra do Navio por 194km de ferrovia eletrificada. Há também uma usina de pelotização.
Antes da exploração industrial do manganês, praticava-se apenas o extrativismo primitivo e a pecuária extensiva. A Icomi possui modernas instalações, construiu uma estrada de ferro com capacidade para 700.000t de minério e 200.000t de outros produtos e um porto a que podem ter acesso navios de até 45.000t.
Na mesma área da serra do Navio exploram-se, também, pequenas jazidas de cassiterita, columbita e tantalita. No município de Mazagão exploram-se a borracha e a castanha-do-pará.
A agricultura se dispersa na planície litorânea, margens do baixo platô arenítico e várzeas dos rios. Alcança certa concentração nas proximidades das cidades de Macapá e Mazagão. O principal produto agrícola é a mandioca, a que se seguem o arroz, o feijão, o milho e a cana-de-açúcar. A criação ocupa principalmente os campos alagadiços da planície litorânea, em especial os dos municípios do Amapá e Calçoene. A cultura da pimenta-do-reino foi introduzida recentemente.

Cultura e turismo

Em Macapá localiza-se o Museu Histórico e Científico Joaquim Caetano da Silva, onde se pode ver amostras de minérios, madeiras e plantas medicinais da Amazônia. Para banhos no rio Amazonas, há duas praias perto da capital: do Araxá e da Fazendinha. Nesta merece ser visitado também o Bosque Florestal. Em Porto de Santana, a trinta quilômetros da capital, pode-se fazer um passeio de barco pelo rio Amazonas e igarapés vizinhos. A oito quilômetros fica Curiaú, vila fundada por africanos. Pode-se conhecer também a mina e a extração de manganês na serra do Navio. Perto de Mazagão fica o marco zero da linha do equador.
Em Mazagão Velho, de 6 a 10 de janeiro, realiza-se a festa de são Gonçalo, com procissão, festejos, ladainha e folias; e em 16 de julho, tem lugar a festa de são Tiago, com cavalhada, procissão e baile de máscaras. Na capital, destacam-se a festa do Marabaixo (folclore africano), quarenta dias após a Semana Santa; o batuque do igarapé do Lago, de 24 de junho a 2 de julho; e o Boi-Bumbá, também no mês de junho.

Pará

Pará em tupi quer dizer mar. É o nome local do braço direito do rio Amazonas, que ao confluir com o Tocantins se alarga de maneira desmedida. Daí o nome Grão-Pará, denominação da capitania criada em 1616. A imagem oceânica evoca a imensidão do território e dos rios que sulcam a Amazônia.
O estado do Pará situa-se na região Norte, onde ocupa uma área de 1.253.165km2, e é atravessado de oeste a leste pelo rio Amazonas, que desemboca no oceano Atlântico, no nordeste do estado. Limita-se ao norte com a Guiana, o Suriname e o estado do Amapá, ao sul com o Mato Grosso, a noroeste com Roraima, a oeste, Amazonas, e a leste com o Maranhão e Tocantins. Sua capital é Belém.
Geografia física

Geologia e relevo

O relevo paraense, modesto, é formado por grandes superfícies planas ou onduladas. Cerca de 86% do território estadual encontra-se abaixo de 300m de altitude sobre o nível do mar. Cinco unidades de relevo compõem o quadro morfológico: (1) a planície aluvial ou várzea; (2) o baixo platô terciário ou terra firme; (3) a encosta setentrional do planalto Central; (4) a encosta meridional do planalto das Guianas; (5) e a planície litorânea.


A planície aluvial ou várzea estende-se ao longo do rio Amazonas e atravessa o estado de leste a oeste. É constituída por formações aluviais sujeitas a inundações periódicas. O baixo platô terciário ou terra firme, formado de terrenos sedimentares (arenitos), alarga-se, ao norte e ao sul da várzea, com um relevo tabular de aproximadamente cem metros de altitude. A encosta setentrional do planalto Central estende-se ao sul do baixo platô e seu relevo ondulado, talhado em rochas cristalinas, eleva-se gradativamente na direção de Mato Grosso.
A encosta sul do planalto das Guianas apresenta relevo similar e eleva-se gradativamente na direção da fronteira com as Guianas, ao longo da qual se ergue a serra do Tumucumaque, com 900m de altitude. A planície litorânea é dominada pelo relevo tabular dos terraços litorâneos, que, batidos pelas ondas do mar, dão lugar à formação de falésias com cinco, dez e vinte metros de altura. Na porção oriental da ilha de Marajó observam-se os mesmos traços de relevo. Aí a ocorrência de inundações não provém, de modo algum, das cheias do rio Amazonas, mas do difícil escoamento da água das chuvas, devido à total regularidade da superfície do terraço. A porção ocidental da ilha, baixa e sujeita a inundação pelas águas do rio, integra-se na várzea e pode ser vista como um delta interior, sujeito à deposição de aluviões.

Clima

É típico da região o clima quente e úmido, temperado pela chuva e pela vegetação luxuriante. São duas as estações, marcadas pelas precipitações pluviais: verão, de julho a outubro; e inverno, de novembro a junho, época das grandes chuvas. Observam-se no Pará os climas de tipo Af e Am de Köppen. O clima Af, quente e superúmido, só aparece em torno da cidade de Belém. Registra temperatura média anual de 26,5o C, 2.800mm de pluviosidade e ausência de estação seca. A temperatura máxima absoluta beira os 35o C, em janeiro/fevereiro, e a mínima, 19o C, em setembro/outubro.
O clima Am de tipo monção domina em todo o resto do estado, com temperatura média anual de 26,4o C, pluviosidade um pouco reduzida (2.000 a 2.500mm anuais) e a presença de curta e mal definida estação seca, de outubro a dezembro.

Hidrografia

As três bacias hidrográficas do estado — a amazônica, a do Tocantins-Araguaia e a do Nordeste — ocupam toda sua superfície total e perfazem um potencial energético de 5.325MW. A rede hidrográfica é comandada pelo rio Amazonas, o mais caudaloso do planeta, com descarga equivalente a um quarto da água despejada nos oceanos por todos os rios do mundo.
O Amazonas recebe no estado do Pará, pela margem direita, fluentes de grande porte, como o Tocantins, o Xingu e o Tapajós. Entre os da margem esquerda, bastante menores, figuram o Jari, o Trombetas, o Paru, o Jamundá e o Maicuru. Nos limites com o Maranhão corre o rio Gurupi. Na várzea do Amazonas, próximo à divisa com o estado do Amazonas, encontram-se numerosos lagos, entre os quais o Grande, o Grande do Curuaí, o de Itandeua e o do Poção. Na ilha de Marajó, existe ainda o lago Arari.

Flora e fauna

Praticamente todo o território estadual apresenta-se recoberto pela floresta amazônica, que se desdobra em dois tipos: a mata de terra firme, onde ocorre a castanheira; e a mata de várzea, onde cresce a seringueira. Registra-se ainda no Pará a ocorrência de campos limpos, nas várzeas de alguns dos rios ou na ilha de Marajó, e de cerrados, no baixo planalto de Santarém.
A vegetação é rica em produtos tradicionalmente explorados e que já constituíram a base da economia regional: a seringueira e outras árvores produtoras do látex (sorva, maçaranduba), a castanheira-do-pará, as madeiras de lei, malva, palmas diversas, timbó, guaxima e outras fibras. Com a abertura das grandes rodovias (Belém-Brasília, Transamazônica), a floresta nativa foi muito devastada para a abertura de campos para agricultura e pecuária. Como no caso de outras regiões da Amazônia, as agressões ao meio ambiente suscitaram constantes denúncias e preocupações.
A fauna do Pará é a amazônica, uma das mais ricas do mundo. A pesca, praticada em grande escala, é predatória e mal regulamentada. Algumas espécies de animais da região acham-se ameaçadas de extinção, inclusive mamíferos como a ariranha, o guará e o peixe-boi, além de várias espécies de tartaruga.

População

À medida que se constituiu, a população do Pará compôs-se principalmente de caboclos, resultantes da mestiçagem de índios e europeus. A partir do século XVII, acrescentou-se o contingente dos negros. No início da década de 1990, a densidade demográfica do estado permanecia muito baixa, mas observavam-se fortes desníveis populacionais entre as diversas áreas.
O grau de urbanização, em 1990, ainda era reduzido, com a população dividida aproximadamente em partes iguais entre as áreas urbanas e a zona rural. A maior cidade é a capital, Belém, e as demais são bem menores: Santarém (segunda cidade do estado), Marabá, Altamira, Itaituba, Castanhal, Abaetetuba, Bragança, Paragominas. Belém, verdadeira metrópole regional da Amazônia, redistribui por toda a Amazônia alimentos e outros bens de consumo oriundos de outros estados e do exterior. Sob sua influência direta encontram-se quase todas as cidades do Pará e algumas cidades do Amazonas e de Tocantins. Escapam a essa influência direta, no estado, apenas alguns municípios que se servem de Santarém e Macapá AP. Mais de metade da mão-de-obra ocupa-se de atividades agropecuárias e extrativas.

Economia

Agricultura e pecuária. A economia estadual organizou-se, desde os tempos coloniais, em torno da coleta de produtos florestais. Ao colapso econômico da borracha sucedeu-se prolongada crise, de que só a partir de 1930 o estado começou a se recuperar.
A extração de madeira é uma das mais lucrativas fontes de rendas do Pará. Paralelamente, surgiu no estado uma economia baseada nas atividades agrícolas e pastoris, em que sobressai a pimenta-do-reino. Seguem-se em importância a juta, a mandioca, o arroz, a castanha e a borracha. A agricultura desenvolve-se em duas áreas ecológicas diferentes: a várzea e a terra firme. Na primeira, com solos periodicamente renovados pelas cheias do rio Amazonas, cultivam-se a juta, o arroz, o milho, o feijão e o coco-da-baía.
Na terra firme, cujos solos são mais pobres por não estarem sujeitos a inundações, cultivam-se a pimenta-do-reino e a mandioca. Essas culturas desenvolvem-se principalmente na região nordeste do estado (Bragança e Tomé-Açu).
Os rebanhos de bovinos e suínos são os mais numerosos da Amazônia. A maior parte dos bovinos encontra-se na ilha de Marajó, onde o boi, tradicionalmente, também é animal de sela, e onde se cria, de igual modo, uma rendosa espécie de búfalo trazida da Índia e bem ambientada na região.

Indústria

Belém concentra praticamente toda a atividade industrial do estado (produtos alimentícios, tecidos, minerais não-metálicos, madeira). São importantes produtos industriais, quanto ao valor de produção, os tecidos de juta, a madeira serrada (ou desdobrada), o cimento e vários tipos de bebidas.
Energia e mineração. A produção de energia elétrica, inicialmente toda de origem térmica, aumentou muito com a entrada em operação das hidrelétricas de Curuá-Una e Tucuruí.
Na década de 1970 revelaram-se, em Carajás, entre os rios Xingu e Tocantins, enormes reservas de ferro, alumínio, cobre, manganês, níquel, estanho e ouro. Também foram descobertas jazidas de manganês na bacia do rio Vermelho; de calcário, em Itaituba, Monte Alegre e Marabá. O ouro encontrado em Serra Pelada, onde funciona o único garimpo criado por lei no país, atraiu milhares de aventureiros de toda parte. Atividade exercida de forma primitiva e predatória, nas décadas de 1980 e 1990 causou escândalo, uma vez que vários rios do estado, entre os quais o Tocantins, foram contaminados pelo mercúrio despejado em suas águas, com graves consequências para a população e para o ecossistema.
Também se exploram diamantes e cristal de rocha, no vale do Tocantins. Perfurações da Petrobrás, no médio Amazonas, revelaram um dos maiores depósitos de sal-gema do mundo. Em Paragominas, Trombetas, Almeirim e Carajás, há vastos depósitos de bauxita. As reservas de bauxita de Carajás são consideradas gigantescas. O estado conta, ainda, com expressiva produção de alumínio.

Transportes

A extensa rede hidrográfica regional oferece condições para que a navegação fluvial seja o principal meio de transporte. Várias são as empresas que exploram esse recurso e usam embarcações com nomes típicos (chata, chatinha, gaiola, vaticano etc.). O porto de Belém é o mais importante da região amazônica. Não existem ferrovias. Na rede rodoviária, sobressaem a Belém-Brasília (BR-010), a Belém-São Luís (BR-316), com 903km, e a Transamazônica (BR-230), ainda incompleta em seus mais de cinco mil quilômetros.

Cultura

Belém é sede do Museu Paraense Emílio Goeldi, de fama internacional, que efetua pesquisas sobre a arqueologia, a fauna, a flora e a etnologia da região amazônica. Mantém um aquário, horto florestal, jardim zoológico, preciosa biblioteca especializada e notáveis coleções arqueológicas, etnográficas e artísticas tombadas pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Edita publicações científicas de alto nível, internacionalmente prestigiadas.
Outros grandes museus da capital paraense são os do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e o do Instituto de Antropologia e Etnologia do Pará. As principais bibliotecas são a Biblioteca e Arquivo Público (45.000 volumes e 200.000 manuscritos) e a da Universidade Federal do Pará (quarenta mil volumes).

Instituições e monumentos

O Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tombou os seguintes monumentos, na capital do estado: o Palácio Velho, na travessa Dom Bosco; a Casa Azul, no largo do Palácio; a Casa do Barão de Guajará, na praça Pedro II — hoje sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará; a Catedral de Nossa Senhora das Graças; as igrejas de Nossa Senhora do Carmo (século XVII), de Nossa Senhora das Mercês (século XVII), Nossa Senhora do Rosário e São João Batista; a igreja de Santo Alexandre e o antigo Colégio dos Jesuítas, anexo — hoje Palácio Arquiepiscopal (século XVII). Também é tombada a igreja da Madre de Deus, em Vigia.
Além dos monumentos tombados, outros são dignos de registro: o Forte do Castelo, primeiro marco da fundação da cidade (século XVII); a igreja de S. Francisco Xavier, onde pregou o padre Antônio Vieira; a basílica de Nazaré, construída no início do século XX, onde fica a lendária imagem de Nossa Senhora de Nazaré, cultuada no estado desde o século XVII e que figura na famosa procissão do Círio, instituída em 1793; o Palácio Lauro Sodré, sede do governo do estado, do arquiteto Antônio José Laredo e inaugurado em 1771; o Paço Municipal; e o Memorial da Cabanagem, no quilômetro zero da BR-316.

Turismo e folclore

Os principais pontos de atração no estado situam-se na cidade de Belém. A beleza da capital, com suas ruas arborizadas com mangueiras, seus edifícios antigos, suas igrejas, o Teatro da Paz, o famoso mercado do cais de Ver-o-Peso — onde se encontram os mais variados produtos regionais –, o Bosque Municipal Rodrigues Alves — com lago, aquário, orquidário e aves da região –, a Cidade Velha, cujos solares têm fachadas de azulejos portugueses, o Mercado Público de São Brás, tudo constitui atração para o turista. Visitas à Universidade Federal do Pará e ao Museu Paraense Emílio Goeldi completam os atrativos da capital.
Nas vizinhanças de Belém assinalam-se os balneários fluviais de Mosqueiro, Salinópolis, Outeiro, Chapéu Virado, Farol, Murubira e Ariramba. A caça e a pesca ainda se praticam em todo o estado, sobretudo na ilha de Marajó, mas nas últimas décadas a consciência ecológica, com suas muitas campanhas de preservação da natureza e da floresta amazônica, levou a crescentes restrições da caça e aos primeiros passos de uma efetiva regulamentação da pesca.
A grande festa religiosa em todo o Norte-Nordeste é a de N. S. de Nazaré, em outubro, quando se realiza a procissão do Círio, que atrai multidões de fiéis e turistas. Mantêm-se várias tradições populares, tais como o boi de Reis, o boi-bumbá (variante do bumba-meu-boi), a marujada e o carimbó, em cidades do interior do estado.
O estado possui cozinha típica, com uma variedade de pratos em que predomina a influência indígena, como o famoso pato ao tucupi, o tacacá, as casquinhas de siri, o peixe moqueado no tucupi, o açaí (bebida preparada com o coco de açaí), o refresco e o doce de cupuaçu.

Rondônia

Em 1956, por ato do Congresso Nacional, o antigo território de Guaporé recebeu o nome de Rondônia em homenagem ao grande desbravador da região, o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, que no início do século XX estendeu as linhas do telégrafo até a fronteira oeste do país.
O estado de Rondônia situa-se na região Norte do Brasil. Com uma superfície de 238.513km2, limita-se ao sul com a Bolívia, a leste com o estado de Mato Grosso, a oeste com o Acre, e ao norte com o Amazonas. A capital é Porto Velho.

Geografia física

Relevo

Cerca de 66% da superfície do território se encontra entre 100 e 300m de altitude; trinta por cento, entre 300 e 800m; e quatro por cento, abaixo de 100m. Três unidades compõem o quadro morfológico: o planalto cristalino, o chapadão e a planície aluvial.
O planalto cristalino ocupa a maior parte do estado. Seus terrenos ondulados, talhados em rochas cristalinas, constituem um prolongamento, para noroeste, da encosta setentrional do planalto central brasileiro. O chapadão, que se ergue sobre o planalto cristalino, tem uma topografia tabular cortada em terrenos sedimentares e alcança os mais elevados níveis altimétricos de Rondônia.




Com forma alongada, atravessa o estado de sudeste para noroeste, com o nome, na extremidade noroeste, de serra ou chapada dos Parecis e serra dos Pacaás Novos. A planície aluvial forma uma estreita faixa de terras planas, sujeitas a inundação, que se desenvolvem ao longo do curso do rio Guaporé.

Clima e hidrografia

Predomina em Rondônia o clima tropical úmido com estação seca pouco marcada (Am de Köppen). A pluviosidade varia de 1.900mm, no sul, a 2.500mm, no norte. A temperatura mantém-se elevada durante todo o transcorrer do ano, com médias anuais superiores a 26°C.
Todos os rios do estado pertencem à bacia do rio Madeira, afluente do Amazonas. O chapadão forma o divisor de águas entre os rios que correm diretamente para o Madeira, localizados na parte oriental do estado, e os da região ocidental, que correm para o Mamoré e o Guaporé.

Vegetação

Cerca de setenta por cento da superfície de Rondônia é recoberta pela floresta pluvial amazônica. Os restantes trinta por cento correspondem a cerrados e cerradões que revestem a superfície tabular do chapadão. No entanto, causa preocupação o desmatamento, que se acelerou em meados da década de 1980, para a exploração de minérios.

População

Em 1950 o então território do Guaporé tinha uma população extremamente rarefeita, não passando de pouco mais de 37.000 habitantes. Quarenta anos depois, no começo da década de 1990, o estado de Rondônia já havia ultrapassado a marca de 1.100.000 habitantes.
Na década de 1980 a intensa imigração fez aumentar a população de Rondônia em cerca de vinte por cento ao ano, índice sem precedentes na história do país e que causou sérios problemas ao governo estadual, incapaz de suprir de forma tão rápida as necessidades de assistência médica, educação e abastecimento de energia. Em algumas regiões de Rondônia chegou-se a constatar, em meados da década de 1980, a existência de regimes semiescravos de trabalho. O crescimento rápido e desordenado agravou ainda os conflitos de terra entre índios, posseiros e garimpeiros.
Além da capital, Porto Velho, às margens do rio Madeira, desenvolvem-se com rapidez as cidades de Ariquemes, Ji-Paraná, Pimenta Bueno, Guajará-Mirim, às margens do Guaporé, e alguns municípios novos, como Jaru, Ouro Preto do Oeste e Rolim de Moura.

Economia

Agropecuária

Os produtos agrícolas e pastoris começaram a ganhar vulto na economia de Rondônia a partir da abertura da rodovia Cuiabá-Porto Velho (BR-364) em 1961. Em 1994, o estado assumiu um papel de liderança na região Norte como um polo agrícola capaz de competir em pé de igualdade com os estados do Sul. Tornou-se um dos maiores produtores brasileiros de cacau e o quinto de café do país. Desenvolveram-se também as culturas de milho, feijão, algodão, soja, arroz, mandioca e banana. No mesmo ano, Rondônia contava com o décimo rebanho bovino do país.

Extrativismo

Em 1986, um grupo de madeireiros descobriu no meio da selva uma mina de cassiterita (minério de estanho), mais tarde batizada de Bom Futuro. Três anos depois, extraía-se de Bom Futuro dez por cento da produção mundial do minério, o que equivalia a 37% da produção brasileira.
Apesar disso, no início da década de 1990, a indústria extrativa vegetal e mineral — no passado a principal atividade econômica do estado — perdeu a importância que tinha no conjunto da economia de Rondônia. Além da cassiterita, os produtos básicos da região são ouro, diamante, borracha, castanha-do-pará, poaia, couros e pescado.
A indústria madeireira desenvolveu-se em função da abertura da BR-364, aproveitando o retorno dos caminhões. As florestas de Rondônia são de extraordinária riqueza, principalmente em mogno, vinhático e cerejeira. Responsável pela criação de grande número de empregos — na derrubada das árvores e no preparo de tábuas, toras, caibros, postes e dormentes –, a indústria madeireira é, também, motivo de preocupação para os ecologistas, em vista das devastações que tem causado. Segundo análises de fotografias obtidas por satélites no começo da década de 1990, trinta por cento das florestas de Rondônia já haviam sido destruídas. Para solucionar o problema, o governo demarcou reservas na floresta e criou incentivos ao reflorestamento. As madeireiras do estado passaram também a produzir compensados e laminados e não só vender a madeira bruta.
Existem no estado três importantes áreas de preservação ambiental: o Parque Nacional dos Pacaás Novos, com uma área de 6.764.000 hectares; as Reservas Biológicas do Jaru e Guaporé (947.000 ha); e a Floresta Nacional de Rondônia (300.000 ha).

Energia

O estado acha-se incluído no programa de desenvolvimento Polonoroeste, que compreende também o noroeste de Mato Grosso. Um de seus projetos básicos iniciais foi a construção da hidrelétrica de Samuel, destinada a assegurar o abastecimento de energia elétrica para todo o estado, afetado, durante mais de uma década, por constantes racionamentos de energia. A hidrelétrica, projetada para gerar cerca de 217MW, mediante cinco turbinas, deveria entrar em operação na segunda metade da década de 1990.

Transportes

Construída a BR-364, com 1.450km de extensão, o estado de Rondônia passou a dispor de ligação terrestre e direta com Cuiabá e São Paulo. Inaugurada em 1984, a rodovia livrou o estado da antiga dependência da ligação fluvial com Manaus e Belém. Dessa forma, a economia de Manaus e Belém teve de enfrentar a concorrência de São Paulo, que começou a expandir pelo sul da Amazônia sua área de influência. Servem ainda ao estado outras rodovias do Plano de Integração Nacional: a BR-319, que faz a ligação Guajará-Mirim-Abunã-Porto Velho-Humaitá AM; e a BR-236, que liga Abunã a Rio Branco AC.
Ao ser criado o estado, os projetos de colonização desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) abrangiam um total de 36.518 famílias inscritas, que aguardavam a distribuição dos respectivos lotes de terra. O afluxo de imigrantes era calculado na época em mil famílias por mês. As condições sanitárias da população eram ainda deficientes; devido sobretudo à imigração, Rondônia tem a maior incidência de malária na Amazônia.

Tocantins

Sonho alimentado durante quase dois séculos pela população que habitava o norte do antigo estado de Goiás, a criação do estado de Tocantins veio dar um importante impulso ao povoamento do centro-norte do Brasil e abriu uma nova frente de desenvolvimento rumo ao interior do país, numa região de economia predominantemente agropecuária.
O estado de Tocantins, na região Norte, ocupa uma área de 278.421km2. Limita-se a oeste com o Pará e o Mato Grosso, ao sul com Goiás, e a leste com o Maranhão, o Piauí e a Bahia. Sua capital é Palmas.

Geografia física

Geologia e relevo.

A maior parte do estado de Tocantins encontra-se a menos de 500m de altitude e caracteriza-se por grandes superfícies aplainadas de rochas cristalinas e sedimentares. Quatro unidades integram o quadro morfológico: (1) o planalto cristalino do Araguaia-Tocantins, a região mais elevada, que ocupa o sul do estado, com altitudes de 300 a 600m; (2) o planalto sedimentar do nordeste, composto por um conjunto de chapadas de arenito e lençóis de basalto na área limítrofe entre o Maranhão e Tocantins; (3) o planalto sedimentar do São Francisco, um vasto chapadão arenítico situado ao longo da divisa Tocantins-Bahia; e (4) a planície aluvial do médio Araguaia, entre Tocantins e Mato Grosso, uma antiga planície de inundação, com periódica deposição de aluviões, onde se encontra a maior ilha fluvial do mundo, a do Bananal.

Clima e hidrografia

Predomina no estado o clima do tipo Aw (clima de savana, com inverno seco e chuvas de verão), com médias termométricas que variam entre 25°C, ao norte, e 22°C, ao sul. A pluviosidade média anual é de 1.600mm, concentrada no período do verão.



A rede hidrográfica do estado de Tocantins é formada principalmente pelos rios que correm para o rio Tocantins ou seu afluente, o Araguaia. De regime tropical, esses rios têm cheias e vazantes de acentuado contraste, mas não experimentam seca, pois o subsolo poroso garante a infiltração e o armazenamento de água.

Vegetação

Os campos cerrados, vegetação predominante, recobrem mais de noventa por cento do território do estado. As manchas florestais resumem-se praticamente aos vales dos rios Tocantins e Araguaia. Neste último, as matas assumem, por vezes, a forma de cerradão, transição entre o cerrado e a floresta.

População e rede urbana

Após sua criação, em 1988, Tocantins alcançou, em algumas regiões, taxas de crescimento superiores a vinte por cento ao ano. A população se concentra nas cidades cortadas pela rodovia Belém-Brasília.
Situado no centro do país, Tocantins tornou-se importante meio de integração das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O norte do estado pode servir como base de povoamento da Amazônia e fornecedor de alimentos para a região nordeste do país. O sul de Tocantins sofre influência de Brasília, Goiânia e do sul da Bahia. As principais cidades do estado são Araguaína, Gurupi, Palmas, Miracema do Tocantins e Porto Nacional.

Economia

Agricultura e pecuária

Predominam em Tocantins as culturas de subsistência. O principal produto é o arroz, com boas perspectivas de desenvolvimento devido a projetos de irrigação como o do rio Formoso, no sul, ligado à Belém-Brasília por 45km de estrada pavimentada. Seguem-se o milho, o feijão e a soja.
A construção da rodovia Belém-Brasília impulsionou a agricultura na região, mas a modernização desse setor econômico, no início da década de 1990, esbarrava na enorme concentração da propriedade de terras no estado: menos de dez por cento do número de propriedades rurais correspondiam a mais de metade da área ocupada por estabelecimentos agropecuários.
A ferrovia Norte-Sul, projetada para cortar a região mais pobre do estado, o vale do Tocantins, barateará o escoamento da produção, com a consequente redução dos preços dos fretes. No vale do Araguaia, a porção mais rica do estado, concentra-se a criação de gado bovino, destinado principalmente ao corte, e suíno.

Extrativismo

Entre os produtos minerais do estado de Tocantins, destaca-se o cristal de rocha. Há também depósitos de bauxita, calcário, cassiterita, gesso e ouro, mas o potencial mineral permanece inexplorado. Tem importância econômica também a extração de babaçu, mamona, pequi, castanha-do-pará e madeira de lei (mogno).

Indústria

Em 1986, das dez mil indústrias localizadas no antigo estado de Goiás, apenas 726 estavam no território do atual Tocantins, e a maioria processava produtos alimentícios. O índice de industrialização era, portanto, muito reduzido, mas a criação do novo estado atraiu grandes empresas para Araguaína — o principal centro industrial — e Gurupi.
A diversificação da economia tocantinense encontra como seus principais obstáculos a distância do estado com relação aos grandes centros consumidores e o frágil mercado local. A produção industrial baseia-se em algumas empresas de médio porte e numa grande quantidade de microempresas. As principais atividades industriais são a fabricação de móveis, manilhas, telhas, tijolos, calcário, cimento, produtos metalúrgicos leves e madeiras para a construção.

Energia

O potencial hidrelétrico do estado, ainda não totalmente explorado, concentra-se na bacia dos rios Araguaia e Tocantins. No início da década de 1990, seis usinas hidrelétricas, entre as quais Isamu Ikeda, Lajes e Lajeado, geravam sessenta por cento da energia que abastecia o estado. A usina de Cachoeira Dourada, instalada no rio Paranaíba (Itumbiara GO) é outra importante fonte de energia para o estado.

Transporte

O estado de Tocantins é cortado de norte a sul pela rodovia Belém-Brasília (BR-153 e BR-226, que alcança Estreito MA). Pela BR-320, não pavimentada, tem-se acesso à região do Bico do Papagaio, no extremo norte do estado. As demais ligações entre os municípios do estado são feitas por estradas vicinais, em precárias condições de conservação. A Transamazônica cruza o extremo norte do estado.

Cultura

Entidades culturais

A Universidade do Estado de Tocantins (Unitins) divide-se em vários centros regionais. Porto Nacional sedia os cursos de saúde pública; Araguaína, o de medicina veterinária; Miracema, os de administração pública e formação de professores; Gurupi, os do complexo agrícola; e Palmas, os cursos de engenharia e tecnologia.


Monumentos

Entre os principais monumentos do estado de Tocantins estão a catedral de Nossa Senhora das Mercês, construída em 1904 pelos padres dominicanos em Porto Nacional; a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Negros, em Natividade; e a igreja de Nossa Senhora da Consolação, erguida no final do século XIX, em Tocantinópolis.

Turismo

As paisagens naturais e as cidades históricas estimulam o desenvolvimento do turismo no estado. A principal atração é a ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo, formada por uma bifurcação do rio Araguaia. Com cerca de 20.000km2, um território no qual correm numerosos rios e que inclui a lagoa Grande (uma das maiores do Brasil), tem pesca abundante, que atrai turistas do país e do exterior.
A ilha abriga o Parque Indígena do Araguaia, habitado por índios Carajás e Javaés, e, no norte, o Parque Nacional do Araguaia, destinado a preservar a flora e a fauna locais. As praias dos rios Tocantins e Araguaia e a lagoa da Confusão, perto de Cristalândia, são outros centros de atração.
As principais cidades históricas são Porto Nacional, Natividade e Monte do Carmo. Natividade é considerada a capital cultural do estado e preserva em seu casario e ruas estreitas traços da arquitetura característica do ciclo do ouro (séculos XVIII e XIX). Também integram o circuito do turismo cultural do estado os garimpos de Tenente, os aquedutos usados na lavagem do ouro, o quilombo da Chapada e algumas festas tradicionais, como a romaria do Senhor do Bonfim, em Natividade.

Pará histórico


O Estado do Pará é o segundo maior estado do Brasil, está situado na região Norte, cortado pela linha do equador e pelo rio Amazonas. É limitado ao norte pela Guiana, o Suriname e o estado do Amapá, a nordeste pelo oceano Atlântico, a leste pelos estados do Maranhão e de Tocantins, ao sul pelo estado do Mato Grosso e a oeste pelo estado do Amazonas, tendo a superfície de 1.253.164 km2, que corresponde a 14% da área nacional, e como capital a cidade de Belém, maior porto da Amazônia.

Localização: Região: Norte

Estados limítrofes: Amazonas, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Amapá e Roraima.

Capital: Belém

Área Total: 1.247.689,515 km² (2º no Brasil).

População (2017): 8 366 628 hab. (9º)
Densidade: 7,7 hab./km² (21º).
Economia (2015): 
PIB R$130.883.000 (11º)
PIB per capita: R$16,009.98 (22º).

Indicadores (2000):

2010/2015
 - Esper. de vida (2015)
71,9 anos (21º)
 - Mort. infantil (2015)
17,1‰ nasc. (11º)
 - Alfabetização (2010)
88,8% (16º)
 - IDH (2010)
0,646 (25º) – médio

IDH: 0,755 (2005) (16º) – médio
Esperança de vida: 71,4 anos (13º)
Mortalidade infantil: 25,2/mil nasc. (15º)
Analfabetismo: 12,5% (16º)



Bandeira do Pará.


Brasão do Pará.

O aspecto físico predominante no Pará é dado pelo rio Amazonas, que atravessa 800 km do estado de oeste para leste, até atingir o oceano Atlântico com uma descarga que equivale a 1/4 das águas despejadas nos oceanos por todos os rios do globo. Recebe pela margem direita os grandes tributários, rios Tapajós, Xingu e Tocantins, e pela margem esquerda os rios Trombetas, Paru e Jari. Na várzea do Amazonas, próximo à fronteira com o estado do Amazonas, encontram-se numerosos lagos como o Grande e o de Curaí. Na embocadura do Amazonas encontra-se a ilha de Marajó, com 42.964 km2. O rio Tocantins é responsável pela maior parte do caudal do rio Pará, no lado sul da ilha, enquanto a corrente principal do Amazonas passa ao norte. Os rios Pará e o Amazonas são ligados por inúmeros canais.

Relevo, Clima e Vegetação

O território do estado é marcado por quatro regiões: terras baixas ou várzea do vale do Amazonas; terra firme ou baixos platôs sedimentares terciários; depressões formadas nos embasamentos cristalinos na Amazônia setentrional e meridional e planaltos residuais da Amazônia setentrional e meridional.
A umidade e a temperatura são muito elevadas e as médias anuais estão acima de 26°C. Há grandes diferenças térmicas entre o dia e a noite, principalmente no interior, pelo fenômeno da continentalidade, mas as variações anuais são pequenas, marcadas somente pela presença maior ou menor de chuvas. Predomina em todo o estado a Floresta Amazônica, distinguindo-se dois tipos: mata de terra firme, onde ocorre a castanheira, e mata da várzea, onde cresce a seringueira. Existe ainda vegetação de campos em Marajó e vegetação de cerrado no sul.

História e memória

Só em finais do século XVI, com a união das monarquias ibéricas (1580-1640), o território do atual Pará, que pertencia à Espanha pelo Tratado de Tordesilhas, começou a ser colonizado. E esse impulso foi dado, principalmente, porque a foz do Amazonas estava sendo ocupada por holandeses, ingleses e franceses que fizeram fortes e pequenos núcleos para exploração das “drogas do sertão” (madeiras, animais silvestres etc.). Após a expulsão dos franceses da ilha de São Luís, no Maranhão, o governo português fundou o forte de Presépio, origem da futura Belém, em 12 de janeiro de 1616. A criação do estado do Grão-Pará e Maranhão, separado do estado do Brasil em 1621, incentivou não só a coleta das “drogas do sertão”, mas o cultivo da cana, do algodão, do café e do cacau e a vinda de colonos. Provocou ainda a catequese da imensa população indígena, com a instalação de várias ordens religiosas. Muitos conflitos entre missionários e colonos se deram pela exploração da mão-de-obra indígena, motivando a prisão e expulsão do padre Vieira em 1661. Mais tarde foi criada a Cia. Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, para fomento da região com a introdução de escravos negros.
Como os conflitos perduravam, Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal expulsou os jesuítas e publicou o Diretório dos Índios (1758), proclamando a primazia da autoridade civil sobre as missões. O século XVIII foi de grande progresso para o Pará, com a vinda de muitos açorianos e a elevação de vários núcleos à categoria de vilas. No século XIX, depois da independência, a Província do Pará viu-se envolvida em conflitos armados como a Cabanagem, que chegou a proclamar a separação do restante do Brasil. No fim do século passado e primeiro quartel do século XX, a exploração da borracha deu um enorme impulso econômico à região, que teve pouca duração ao não conseguir concorrer com a produção asiática.
Desenvolvimento atual

A estagnação econômica que se seguiu à queda da borracha só foi interrompida com a política governamental de criação de órgãos públicos especialmente voltados para a Amazônia. Em 1953, criou-se a Superintendência do Plano de Valorização da Amazônia (SPVA), com a alocação de volumosos recursos e elaboração de projetos. Na década de 70, a abertura de grandes rodovias (Belém-Brasília e Transamazônica) e a criação de núcleos agrícolas procuraram integrar a região às outras do país e fomentar o povoamento. A descoberta de imensas jazidas minerais na região da serra dos Carajás, principalmente de ouro e ferro, tem deslocado nova frente populacional do Nordeste e de outras regiões do país e provocado muitos conflitos sociais. Manganês na bacia do rio Vermelho, afluente do Itacaiuna, bauxita no vale do Trombetas, calcário em Itaituba e Marabá e sal-gema no médio Amazonas são as grandes riquezas da região. O estado é marcado pelas indústrias extrativas minerais já citadas, pela extração de madeiras, pela pecuária de bovinos e de búfalos, pela agricultura de arroz, juta, plantas oleaginosas, mandioca, pimenta-do-reino e sisal e pela extração da castanha-do-pará e da borracha.

A Capital paraense

Belém é a capital do Estado do Pará, situado no norte do Brasil, e o principal porto do curso inferior do rio Amazonas, perto do equador, no estuário do rio Pará, braço do Amazonas. No porto podem atracar navios transatlânticos e nele existe uma base naval. Fundada em 1616 pelos portugueses, Belém deve sua importância comercial à abertura do Amazonas ao comércio internacional, no final do século XIX, e ao período de auge da borracha, entre 1890 e 1920, quando firmou sua posição de grande intermediário exportador das riquezas amazônicas e importador da enorme variedade de produtos europeus que os donos de seringais e fazendas consumiam.


Brasão de Armas de Belém.


Bandeira de Belém do Pará.


Prefeitura municipal de Belém, Palácio Antônio Lemos.


Belém, às margens da baía do Guajará e ao fundo Ver-o-Peso.


Localização de Belém do Pará.

Na época da borracha a cidade se modernizou calçando suas ruas, abrindo esgotos, instalando a eletricidade e os primeiros sistemas de transporte coletivo urbano, além de embelezar-se com edifícios públicos como o Teatro da Paz. Ao período de relativa decadência provocado pelo fim do boom da borracha seguiu-se, nos anos 50, uma retomada do desenvolvimento que se manteve com diferentes ritmos até hoje, quando Belém se firma como centro de serviços e financeiro para toda a região Norte.

Praça da República e o Teatro da Paz.

A borracha continua sendo um dos principais produtos de exportação. Outros produtos importantes são as castanhas, o cacau, a juta e as madeiras nobres da região. Na cidade existem serrarias, lojas de máquinas, estaleiros e fábricas de ladrilhos e telhas.
Atualmente, Belém combina moderna edificação e hotéis de nível internacional com os prédios e fortificações que datam do período colonial. A cidade, centro cultural da região Norte do Brasil, é sede da Universidade Federal de Pará (1957) e do Museu Emílio Goeldi, que guarda coleções zoológicas e etnológicas do Amazonas famosas no mundo inteiro, além do Instituto Agronômico do Norte, especializado em pesquisar as formas de desenvolvimento agropecuário mais adequadas às características da Amazônia.
Belém tem uma íntima ligação com a floresta, como podemos observar na intensa arborização do centro da cidade, coberto por verdadeiros túneis de mangueiras. No perímetro urbano, há diversos bosques, parques zoobotânicos e florestas, dentre os quais se destacam o Bosque Rodrigues Alves e o parque do Museu Paraense Emílio Goeldi, este último com mais de 100 anos de existência. O último parque a ser criado, o Parque Ambiental de Belém, fica na Floresta do Utinga. A cidade também mantém registros de sua forte ligação com os povos indígenas, mantendo espaços nos quais se podem encontrar peças genuínas da cerâmica marajoara e tapajônica.
Em Belém também se situa o Mercado de Belém, também chamado de "Ver-o-Peso", foi construído no século XIX, período áureo da extração da borracha. Localiza-se em Belém, estado do Pará. Em 1866, foi inaugurada uma linha inglesa de navegação entre Liverpool e a capital paraense. As transações comerciais se acentuaram e foi necessário construir um mercado para atender à demanda de comerciantes ingleses, alemães e norte-americanos. O mercado segue o estilo neoclássico, da belle époque brasileira, e as estruturas de ferro que o sustentam foram importadas da França. Também de ferro rendilhado são os pórticos e os detalhes da fachada, com desenho de folhas rendilhas. A escadaria central, vazada, acentua o valor arquitetônico do projeto atribuído ao engenheiro francês Eiffel.


Mercado do Ver-o-Peso.

Centros científicos de pesquisa

A Universidade Federal do Pará (UFPA), instituição pública de ensino superior fundada em 1957. Localizada às margens do rio Guamá, em uma paisagem que retrata as raízes de uma universidade voltada para a cultura amazônica. Possui cerca de 46 cursos de graduação, além de outros de especialização, mestrado e doutorado, reunidos em 11 centros e cinco núcleos de integração, bem como dois Hospitais Universitários e uma Escola de Aplicação que oferece ensino médio e fundamental para os filhos de seus servidores. A Universidade Federal do Pará mantém a liderança na comunidade científica do Norte do país, colocando-se à frente dos avanços tecnológicos e também na relação com a comunidade, dando o suporte técnico necessário ao desenvolvimento social da região e absorvendo a experiência da população como subsídio ao seu próprio desenvolvimento.
O Museu Emilio Goeldi, instituto do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) do Ministério de Ciência e Tecnologia, tem como objetivo produzir e difundir conhecimentos e acervos científicos sobre sistemas naturais e socioculturais relacionados à Amazônia. Fundado em 1866, por iniciativa de intelectuais locais interessados em estudar a flora, a fauna e a constituição geológica da região, o museu teve um importante papel no desenvolvimento das Ciências Naturais no Brasil do século XIX. Fechado em 1888, foi reinaugurado na década de 1890, em decorrência do desenvolvimento da borracha, sendo dirigido, nessa ocasião, pelo naturalista brasileiro de origem suíça, Emílio Goeldi (1859-1917), que reformou suas estruturas e criou duas revistas - Boletim do Museu Paraense e Memória do Museu Paraense. Atualmente desenvolve atividades de pesquisa e ensino em biologia, ciências humanas e ciências da Terra, além de possuir um volumoso acervo constituído de coleções nas áreas de arqueologia, antropologia, botânica e zoologia.

Localidades: cidades e municípios



 Ananindeua, cidade do estado do Pará, no norte do Brasil, próxima da capital, Belém. O nome da cidade se originou da grande quantidade de árvores de anani existentes na região. Com clima equatorial superúmido, tem chuvas abundantes entre janeiro e maio. O núcleo habitacional surgiu em torno de uma parada da estrada de ferro Bragança, que mais tarde se transformou em distrito de Belém e foi elevada a município em 1943. Suas principais atividades econômicas são a extração de argila e areia, empregadas na construção civil, a de madeiras, e uma grande produção de pimenta-do-reino.
A Ilha de Marajó é considerada a maior ilha fluviomarítima do mundo, com seus 50.000 km2 de área, faz parte de um grande conjunto de ilhas situadas numa reentrância da costa brasileira denominada Golfão do Amazonas, a maioria delas formadas por sedimentos oriundos do rio Amazonas. Algumas são de grande extensão como Grande Gurupá, com 4.864 km2, Mexiana, com 1.534 km2 e Caviana com 4.968 km2. Situada na foz do complexo hidrográfico Amazonas/Pará, Marajó tem uma origem mista pois foi formada em parte por sedimentos fluviais recentes, em sua porção ocidental, na qual predominam as matas de várzea, enquanto a parte oriental é formada por terrenos consolidados datados do pleistoceno (quaternário antigo), separados tectonicamente do continente.


Policial montado em um búfalo no Marajó, cena típica nas cidades da ilha.

O tamanho e a posição de Marajó no delta-estuário do Amazonas/Pará separam dois grandes ambientes hidrográficos: as formações típicas de delta do Amazonas, que correspondem à porção norte do golfão entre Marajó e o litoral do Estado do Amapá, e a formação estuaria do Rio Pará na porção sul, entre Marajó e o litoral do Estado do Pará. Ligando esses dois ambientes, uma série de canais estreitos chamados localmente de furos, garantem a separação entre a Ilha de Marajó e o continente, num espaço em constante processo de assoreamento. Seu relevo plano e seu litoral baixo e alagado permitiram a introdução da cria de búfalos, animais muito bem adaptados a esse tipo de terreno. Além das fazendas de búfalo, o extrativismo vegetal de palmito é outra atividade econômica importante na ilha. Breves, Soure, Curralinho, Salvaterra e Muaná são as principais cidades da ilha, quase todas localizadas no litoral da baía de Marajó, ligando-se por barco a Belém, capital do Estado do Pará.

Ilha do Mosqueiro, situada às margens do rio Pará, braço sul da grande foz do Amazonas, é o principal balneário da cidade de Belém no estado do Pará. Formada pelos sedimentos trazidos pelos rios Amazonas e Tocantins, a ilha do Mosqueiro apresenta 17 km de praias fluviais distribuídas na margem oeste, banhada pelo rio Pará; em sua margem leste, está o estreito canal chamado Furo das Marinhas. Seu relevo é totalmente plano, característica das ilhas formadas por sedimentos recentes do período quaternário e sua vegetação é típica do clima equatorial, com muitas palmeiras e manguezais. Por ser a única opção de praia para os habitantes de Belém, sua ocupação nos fins de semana torna-se problemática, impactando seriamente as praias da ilha, por não haver um eficiente tratamento do esgoto sanitário. Seu acesso rodoviário também é influenciado pela grande distância de Belém, apesar de estar ligada ao continente pela ponte Sebastião Oliveira que cruza o Furo das Marinhas.


Entrada de Mosqueiro.

Castanhal, cidade do estado do Pará, no norte do Brasil. Liga-se à capital, Belém, por ferrovia (68 km pela estrada de ferro de Bragança) e rodovia (66 km). A construção da rodovia Belém–Brasília, nos anos 60, estimulou o crescimento da região, cujos primeiros povoadores foram migrantes nordestinos. O nome da cidade foi dado devido a uma castanheira que ficava em frente à estação ferroviária, construída entre 1900 e 1908. O município foi criado em 1932, com o desmembramento de parte do território de Belém. As principais atividades econômicas se estruturam em torno da madeira, farinha de mandioca, arroz, fibras vegetais e pimenta-do-reino.

Barcarena, cidade do estado do Pará, no norte do Brasil, situada às margens do rio Mucuruçu, dista 49 km da capital do estado, Belém, por via fluvial. Antes de 1709, Barcarena se chamava Fazenda Gebirié, mais tarde Missão Gebirié, da Companhia de Jesus, habitada por índios da tribo dos anuás. Constituiu-se em freguesia com o nome de São Francisco Xavier de Barcarena. Em 1952 foi organizada a mudança da cidade para a margem do rio Mucuruçu, facilitando a navegação das embarcações que se dirigem ao rio Amazonas e afluentes. O clima é equatorial superúmido, com chuvas abundantes entre janeiro e junho. As principais atividades econômicas do município são a extração de argila para a fabricação de tijolos e telhas, borracha, madeiras e a cultura de pimenta-do-reino.

Abaetetuba, cidade do estado do Pará, na região Norte do Brasil. Está situada na margem direita da foz do rio Tocantins, em frente à baía de Marapatá. Sua altitude é de 10 metros, o clima quente superúmido, com chuvas abundantes de janeiro a junho. Dista 73 km da capital do estado, Belém. As primeiras incursões do homem branco na região ocorreram a partir de 1745, quando famílias portuguesas e frades capuchinhos fundaram o convento do Una. A primeira denominação da cidade foi Abaeté, que significa "homem forte e valente". Em 1881 foi instalada a Câmara Municipal, mas somente em 1895 Abaeté foi elevada à condição de cidade. Pelo decreto-lei de 1943, que dispunha sobre a duplicação dos topônimos de cidades, Abaeté passou a denominar-se Abaetetuba. A principal atividade econômica da região é a produção de aguardente, seguida da fabricação de farinha de mandioca e da extração de madeira e borracha.

Vigia é um município brasileiro do estado do Pará. O município foi criado em 1616, seis dias antes da fundação da também paraense Belém do Pará. Sua população estimada em 2006 era de 42.214 habitantes.


A famosa igreja de pedra de Vigia.

Tucuruí, cidade do estado do Pará, no norte do Brasil, situada a uma altitude de 42 metros, com clima quente super-úmido. Liga-se por rodovia e via fluvial à capital do estado, Belém (a 400 km de distância). A povoação foi fundada em 1781 com objetivos militares e fiscais de controle sobre a região do rio Tocantins, por onde trafegava muito ouro retirado das minas de Goiás. Por lei de 1875 a freguesia de São Pedro de Pederneiras foi denominada São Pedro de Alcobaça. A denominação durou até 1943, quando por decreto foi estabelecida a denominação de Tucuruí. A hidrelétrica de Tucuruí, sobre o rio Tocantins, permitiu o processamento industrial do alumínio em Barcarena e da celulose em Jari. A Estrada de Ferro Tocantins, com 179 km, liga Tucuruí e Jatobá. As principais atividades econômicas da região são a extração da castanha-do-pará, madeiras e couros.

Santarém, porto fluvial do estado do Pará, no norte do Brasil. Está situada na margem direita do rio Amazonas, junto à foz do rio Tapajós, a uma altitude de 51 metros. Seu clima é equatorial úmido, e dista 1.369 km por rodovia da capital do estado, Belém. As principais atividades econômicas são a indústria da madeira, transporte, frigoríficos, produção de borracha, extração da castanha-do-Pará e juta, além de constituir um centro comercial regional. Depois da entrada na região, os jesuítas iniciaram um núcleo de catequese na aldeia dos índios tapajós, por volta de 1660. Um forte foi estabelecido no local em 1697. Foi elevada à categoria de vila em 1758 e à de cidade em 1848. Uma das atrações turísticas é o antigo projeto de plantação de borracha da Ford em Belterra, a Fordlândia, hoje viveiro do Ministério da Agricultura.


Orla de Santarém, às margens do rio Tapajós.

Marabá, cidade do estado do Pará, no norte do Brasil, situada na confluência dos rios Tocantins e Araguaia. Está dentro da área de influência da capital, Belém, e por sua vez exerce um papel central em relação os municípios de Brejo Grande do Araguaia, Eldorado dos Carajás, São João do Araguaia, Itupiranga e Bom Jesus do Tocantins. Com altitude de 84 metros, tem clima quente superúmido e está ligada por rodovia à capital do estado (654 km). Situada no entroncamento da estrada Transamazônica, suas principais atividades econômicas são a extração de madeira, castanha-do-pará, babaçu, diamantes, cal e argila. Como é comum nas regiões de exploração de minérios onde há fluxos migratórios intensos, os conflitos pela posse da terra são frequentes e por vezes violentas. O município foi criado em 1913, e em 1995 contava com uma população de 123.668 habitantes.

Parauapebas, cidade do estado do Pará, no norte do Brasil. Dista cerca de 700 km da capital do estado, Belém, à qual está ligada pela rodovia Belém-Brasília e pela rede fluvial do Tocantins. É um centro regional importante, que exerce influência sobre municípios vizinhos, como Curionópolis. Seu crescimento recente deve-se a novas riquezas minerais exploradas na região e ao crescimento de cidades vizinhas no estado de Tocantins, recém-dividido do estado de Goiás. Constitui uma das recentes fronteiras migratórias e, em consequência, é cenário de tensões sociais pela posse da terra. Elevada à condição de cidade em 1989.

Altamira é um município brasileiro do estado do Pará. Sua população estimada em 2008 era de 96.842 habitantes. Situado em plena selva amazônica, a 740 quilômetros de Belém e 458 quilômetros de Marabá, o município de Altamira tem seu vasto território cortado de norte a sul pelo rio Xingu, que domina sua zona fisiográfica. Altamira possui uma área de 161.445,9 km², o que a torna o maior município do Brasil e do mundo em extensão territorial. No município de Altamira inicia-se a "volta grande do Xingu", trecho sinuoso e cheio de cachoeiras do Rio Xingu onde, no final do trecho, será construída a Hidrelétrica de Belo Monte. Essa hidrelétrica, com capacidade de 11.182 MW, será a terceira maior do mundo, após Três Gargantas, na China, e Itaipu, entre o Brasil e Paraguai), inundará cerca de 400 km², principalmente nos municípios de Vitória do Xingu e Altamira.

São Félix do Xingu é um município brasileiro do estado do Pará. As origens de São Félix estão intimamente ligadas ao município de Altamira. Em 14 de abril de 1874, através da Lei nº 811, foi criado o município de Sousel, do qual Altamira fazia parte. Na primeira década do século XX, o governo desmembrou aquele Município, criando o de Xingu, com sede em Altamira. Em 29 de dezembro de 1961, durante o governo de Aurélio do Carmo, através da Lei nº 2.460, foi criado o Município de São Félix do Xingu, com área desmembrada do Município de Altamira.

Oriximiná é um município brasileiro do estado do Pará. Localiza-se a uma latitude 01º45'56" sul e a uma longitude 55º51'58" oeste, estando a uma altitude de 46 metros. O desbravamento, em 1877, foi feito pelo padre José Nicolino de Souza, nascido em Faro, onde fundou uma povoação, denominando-a Uruã-Tapera ou Mura-Tapera. O nome Oriximiná é de origem indígena, de procedência tupi, que significa “o macho da abelha”, o zangão. É o segundo maior município do Estado do Pará, possui uma área de 107.604,4 km², só superado pelo município de Altamira (161.445,91 km²) em extensão territorial.

Bragança é um município brasileiro do estado do Pará. Em 1622 o território de Bragança pertencia à Capitania de Gurupi. A área foi doada por Filipe III de Espanha à Gaspar de Souza, governador-geral do Brasil. Em 1634 foi fundado um povoado nas margens do Rio Caeté por Álvaro de Souza e transferido para a outra margem devido ás dificuldades encontradas com a comunicação do povoado com Belém. Em 1854 um decreto presidencial criou o município de Bragança.


Obelisco do Centenário de Adesão de Bragança à Independência do Brasil (1823) e Igreja Catedral de N. S. do Rosário, na Praça da Catedral.

CAMETÁ: NARRATIVA HISTÓRICA

HINO DE CAMETÁ

LETRA: PE. MANUEL ALBUQUERQUE
MÚSICA: JUVÁL ALVES DE ALENCAR.

I
ENTRE AS LINDAS MUCAMAS DO NORTE,
DESTE IMENSO E QUERIDO PARÁ,
UMA EXISTE, MAIS BELA, MAIS FORTE,
MAIS AUDAZ, MAIS FIEL: - CAMETÁ!
CONTRA AS HOSTES DA GREI FORASTEIRA,
QUE ESTRONDEIA O CRUEL BACAMARTE,
ELA SABE, EM PIROGA LIGEIRA,
MANEJAR ARCO E FLEXA COM ARTE.

ESTRIBILHO
TENHO ENLEVO DE SER BRASILEIRO
DA AMAZÔNIA SEM FIM, - DO PARÁ,
E PROCLAMO, TAMBÉM, SOBRANCEIRO, (BIS)
O MEU BERÇO FELIZ: - CAMETÁ!...

II
NO COMBATE FEROZ, LADO A LADO,
HÁ PRODÍGIOS DE FORÇA E VALOR,
MAS O LUSO, EM BATALHA TREINADO,
SE LEVANTA, POR FIM, VENCEDOR.

PELA FORÇA DAS ARMAS VENCIDA,
DEUS MONSTROU QUE A VENCIDA VENCEU,
E ÁS BELEZAS DA FÉ CONVERTIDA,
NOVA RAÇA DE BRAVOS NASCEU.
ESTRIBILHO...

III
CAMETÁ- PORTUGAL SÃO AGORA
NOIVA E NOIVO ENCANTADOS DE AMOR!...
O COMBATE FINDOU... NINGUÉM CHORA...
FOI O AMOR QUE SAIU VENCEDOR!...
SOBRE OS CAMPOS DE SANGUE BANHADOS
SURGE A VIDA, - (E A CIDADE TAMBÉM), -
DE ONDE SURGEM TRÊS GRANDES PRELADOS
QUE SÃO GLÓRIA IMORTAL DE BELÉM!...

SÍMBOLOS DO MUNICÍPIO

Em 08 de junho de 1971, através da lei nº 322, foram criados os símbolos do Município, providência que veio preencher uma lacuna injustificável numa terra de largas e decantadas tradições culturais como efetivamente o é a nossa. A ideia surgiu da mente de um cametaense ilustre que não mede esforços no sentido de projetar o nome de sua terra natal.  É, portanto, a Manoel Mário Martins, que devemos a concretização de tão importante vitória. Na verdade a Bandeira e o Hino de Cametá, são verdadeiras obras de arte.

A BANDEIRA

1) CRUZ DOS CRUZADOS. Homenagem ao Custódio Frei Cristóvão de LISBOA, fundador da Aldeia de Santa Cruz de Camutá, em 03 de outubro de 1625;

2) O ARCO E A FLECHA. Representam as armas combatentes dos aborígenes da época;

3) OS REMOS. Simbolizam o precário transporte de que se serviram para as conquistas;

4) A FAIXA AZUL. O azul de nosso céu;

5) A FAIXA BRANCA. Simboliza a paz da conquista;

6) A FAIXA VERDE. Simboliza a beleza da selva amazônica.

O BRASÃO DE ARMAS DO MUNICÍPIO*

Esse importante trabalho foi executado pelo cametaense Ivan do Socorro Veloso. A seguir damos em resumo, a descrição fornecida pelo autor da obra:

1) Ao alto, à sinistra, a bandeira do Município e, à destra, uma árvore, representando a nossa produção agrícola, vendo-se ao fundo o sol nascente;

2) Em baixo, à destra, paisagem fluvial, representando a produção de pesca e, à sinistra, a cruz dourada em fundo azul representando a Fé cristã do povo cametaense;

3) As bordaduras douradas representam as nossas riquezas minerais;

4) As duas palmas, entrelaçadas, representam os nossos principais produtos agrícolas (sernambi e cacau);

5) No listel, a inscrição “Município de Cametá”. 

ASPECTOS HISTÓRICOS

Francisco I, rei da França ao tomar conhecimento da Bula Inter-Coetera, que dividia o mundo entre Portugal e Espanha, teria dito que gostaria de conhecer a cláusula do testamento de Adão que assim determinava, excluindo as outras nações cristãs da partilha. Piada histórica ou não, a verdade é que a França, assim como a Inglaterra e a Holanda, sempre lutaram por participar das novas terras descobertas. E se fizeram presentes do norte ao sul do continente americano, inclusive no Brasil através de frustradas invasões e tentativas de colonização, das quais foram principais as dos holandeses na Bahia (1624/1625) e em Pernambuco (1630/1654) e as dos franceses no Rio de Janeiro (1555/1567) e no Maranhão (1612/1615). Esta última nos interessa mais de perto.
Após descoberto o Brasil, Portugal estava mais preocupado com suas transações comerciais com as Índias. Enviou para a nova terra expedições exploradoras, expedições guarda-costas e somente em 1530 é que veio a expedição exploradora de Martim Afonso de Sousa. Mas a terra descoberta era grande demais e foi então criado o Sistema de Capitanias Hereditárias, que também não lograram êxito. Veio a experiência de Governos-Gerais, a experiência de governos bipartidos com um governo do norte, na Bahia e outro do sul, no Rio de Janeiro e a colonização efetiva não chega ao extremo norte do Brasil. Aproveitando-se do fato, a França elabora um projeto grandioso: instalar no Maranhão a França Equinocial.
Em 1612, após muitos preparativos, uma grande expedição foi organizada e conseguiu-se o patrocínio quer de pessoas de nobreza francesa, quer da própria Coroa comandada por Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardiere e contando com o apoio decisivo de Charles de Vaux e Jacques Riffault e ainda François de Razilly, Senhor de Razilly e Aunelles e Nicolau de Harlay, Senhor de Sancy, Barão de Molle e de Gras-Bois, além de outros. Chegando ao território do Maranhão, os franceses trataram de conquistar a simpatia das diversas tribos indígenas, o que conseguiram com certa facilidade. Após se instalarem, foi construído um forte que recebeu o nome de “Saint-Louis” (São Luís) em homenagem ao rei da França Navarra, ainda menino, Luis XIII. Em 8 de setembro de 1612 foi formalmente fundada a colônia e consequentemente a França Equinocial.
Enquanto os franceses comemoram o evento e vão se instalando e procurando interiorizar a França Equinocial, os portugueses, ao tomarem conhecimento, organizam uma tropa sob o comando de Jerônimo de Albuquerque, que recebeu o título de Capitão da Conquista e Descobrimento das terras do Maranhão. Após vários combates pequenos, foi travada em 19 de novembro de 1614 a batalha de Guaxenduba na qual os franceses foram derrotados. Após esta batalha, foi assinada uma trégua, mas, tendo os portugueses recebidos esforços comandados por Alexandre de Moura, Cavaleiro da Ordem de S. Bento de Aviz, em 3 de novembro de 1615 os franceses capitulam definitivamente, sendo obrigados a retirar-se.
Sabendo pelos franceses que povos de várias nacionalidades faziam incursões mais ao norte e mesmo adentravam os rios, Alexandre de Moura designou Francisco Caldeira Castelo Branco para garantir tais áreas para o governo de sua majestade, o rei de Portugal. E Castelo Branco recebeu para tal missão o título de descobridor e primeiro conquistador do
Amazonas. Castelo Branco apronta sua expedição a 25 de dezembro de 1615, dia de Natal de Jesus e parte em direção as terras do Pará, o que faz em três embarcações: “Santa Maria Candelária”, “Santa Maria da Graça” e “Assunção”. Foram dezoito dias de viagem de S. Luís até a Baía de Guajará, nos quais Castelo Branco buscou e pesquisou uma área em que pudesse se estabelecer com segurança um núcleo colonial. Ao chegar ao Guajará dia 12 de janeiro de 1616, acabou por escolher a área onde hoje está o Forte do Castelo a ali ergueu um primeiro fortim de madeira, a que chamou Presépio em homenagem ao dia de sua partida. No interior do fortim foi construída uma capela em honra a Nossa Senhora da graça. Ao local chamou de Feliz Lusitânia, invocando a proteção de Nossa Senhora de Belém ou Santa Maria de Belém.
Os portugueses fixaram-se no Pará e tornaram-se senhores das terras e dos nativos. Construíram núcleos de defesa - os fortes e fortalezas - em torno dos quais surgiram os primeiros povoados. Em 1616 foi construído, às margens da Baía do Guajará, um forte, que foi denominado “Forte Presépio” e ao seu redor surgiu o povoado “Feliz Lusitânia”. Este forte foi construído numa parte alta, localizado entre os rios Guamá e Pará. Em seu interior foi construída uma capela tosca. Tempos depois, este Forte passou a chamar-se Forte do Castelo e o povoado ligado a ele tornou-se a cidade de Santa Maria de Belém, Belém atual.
Além dos Fortes do Castelo e da Barra (perto de Val-de-Cães), foram construídos outros no interior: como a fortaleza de Pauxis (Óbidos), a do Tapajós (Santarém), a Casa do Forte do Rio Guamá (Ourém), a Vigia da Ilha de Bragança (Vigia), a de São José de Macapá (Macapá), entre outros. Essas fortificações garantiram o domínio dos lusitanos, e constituíram as bases da conquista, ajudando na fixação dos marcos geográficos da região. A expansão do Pará continuou através da fundação de inúmeros povoados e vilas, originados muitas vezes, de aldeias indígenas ou missões religiosas e que hoje são importantes cidades do interior paraense: Bragança (depois de Belém a mais antiga cidade paraense), Cametá, Ourém, Santarém, Vigia, Chaves, Óbidos, Monte Alegre e outras.
1ª Expedição (1613) O conquistador Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardiere (francês) Governador do Maranhão, em uma de suas andanças pelo Rio Tocantins se deparou com uma população indígena, eram os índios “Camutás”, que viviam na margem esquerda do rio Tocantins, eles tinham um jeito peculiar de viver, em um dos seus relatos o conquistador cita os nomes “Pacajá” e “Parissó”. Por essas palavras relatadas por Daniel de La Touche, que são típicas da nossa região, se constata que o núcleo de Cametá é muito mais velho do que pensava, essa expedição chegou até a Cachoeira do Itapipoca (atual cidade de Tucuruí), uma das incursões com o objetivo de expandir o domínio francês. Que durou até as forças portuguesas de Alexandre de Moura e Jerônimo de Albuquerque, iniciarem a campanha de retomada de São Luís do Maranhão. Alexandre de Moura, servindo-se do roteiro geográfico traçado por Daniel de La Touche, organizou a expedição de Francisco Caldeira Castelo Branco, que sai do Maranhão no dia 25 de dezembro de 1615, em 12 de janeiro de 1616, fundou a cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará (Belém do Pará), e no ano seguinte 1617, estas mesmas caravelas se lançam para fundar a Vila Viçosa de Santa Cruz dos Camutás.
Tão logo é fundada Belém, as atenções dos colonizadores portugueses voltam-se para a zona do rio Tocantins, mesmo porque os franceses e holandeses já tinham se estabelecido no nordeste e feito o reconhecimento para a exploração desta região. Com a expulsão dos estrangeiros intensificou-se a colonização na região para que a Coroa Portuguesa não perdesse território em função do Tratado de Tordesilhas. Assim, começa a colonização do Tocantins, mais de um século após o descobrimento do Brasil, sendo Cametá uma das primeiras localidades fundadas no Pará.
As primeiras incursões são dos padres Jesuítas, que no seu afã catequético avançam aos mais longínquos e inóspitos rincões. Deste modo, o novo Governador do Maranhão e Grão-Pará Jerônimo de Albuquerque, incumbe os padres Capuchos de Santo Antônio da catequização dos gentios no território que governava.
Por estas plagas habitavam os índios Camutás, possivelmente uma tribo pertencente à grande nação Tupinambá, pois utilizavam o Tupi como idioma. Saliente-se ainda que essa língua já foi a mais falada nesta região, tanto que ficou registrada na toponímia local. O primeiro sacerdote a realizar o trabalho de catequese no Tocantins foi o Frei Cristóvão de São José. Por aqui ele aportou por volta de 1617 numa faixa de terra que é a primeira porção de terra firme às margens do Tocantins - Cametá-Tapera. Imediatamente entrou em contato com a tribo dos Camutás, conhecidos como hábeis remadores em montarias e exímios caçadores. Depois de árdua catequese conseguiu arrebanhar os índios para a circunvizinhança de uma capela às margens do rio. Isso ocorreu por volta de 1620, originando-se assim o primeiro povoamento do Tocantins. Esse povoamento serviria posteriormente como alicerce para a donataria de Feliciano Coelho de Carvalho, berço original de Cametá.
A donataria de Camutá foi concedida a Feliciano Coelho de Carvalho por ato do Governador do Maranhão e Grão-Pará Francisco Coelho de Carvalho que em 14 de dezembro de 1633, doou para seu filho a vasta capitania que cobria todo o vale do rio Tocantins. A demarcação e a definição da extensão geográfica da mesma foi regulamentada por Carta Régia de 26 de outubro de 1617. Ressalta-se que essa demarcação só ocorreu quando o povoado foi elevado à categoria de Vila no dia 24 de dezembro de 1635. A Vila Viçosa de Santa Cruz de Camutá, marco de nascimento do município foi o local diferente donde hoje assenta-se a cidade, ficando conhecido como Cametá-Tapera. Desde sua criação, Cametá teve por padroeiro São João Batista, inclusive esta invocação consta na Carta Régia, comprovando a estreita ligação da igreja com o Estado naqueles tempos medievais.
Em 1635, Feliciano Coelho de Carvalho ancorou sua caravela na primeira porção de terra firme da margem esquerda do Rio Tocantins. Encontrou a tribo dos Camutás já pacificada pelo Frei Cristóvão de São José e em 24 de dezembro fundou a Vila Viçosa de Santa Cruz do Camutá, a primeira cidade no Baixo Rio Tocantins. Mais de três séculos e meio depois, Cametá tornou-se um dos portos mais importantes do Pará.
A palavra Camutá é de origem Tupi, e seu significado varia segundo alguns pesquisadores: de acordo com Jorge Hurley, Caá - mato, floresta e Mutá ou Mutã - espécie de degrau ou “palanque” instalado em galhos de árvores, feito pelos índios para esperar a caça ou servir de moradia. Para Carlos Roque, o significado literal de Cametá é “degrau do mato”, abonado inclusive por Victor Tamer, pois derivaria de Camutá. Luiz Tibiriça, trata o vocabulário como derivado de Caá + Mytá - choupana suspensa em árvore para espera de caça. No dicionário Toponímico da microrregião de Cametá acrescentamos ao significado de Jorge Hurley, o hábito dos índios Camutás de construírem suas habitações tão altas quanto ás árvores, ou quem sabe até nas copas destas.
Ignácio Moura discorre na sua viagem pelo vale do Tocantins em 1896, sobre a história da Vila de Santa Cruz de Camutá. Para ele, a vila passou quase dois séculos ignorada no remanso da paz doméstica entre o lavor dos lavradores de mandioca, milho, arroz, café, cacau, extração de óleo de copaíba e azeite de andiroba. Desde seus primórdios os colonizadores passaram a explorar a região e a buscar mão-de-obra indígena para escravizar. O próprio Padre Antônio Vieira, (que segundo Victor Tamer, foi o maior orador sacro em língua portuguesa que visitou nossa região), por volta de 1635, condenou essa prática, na tentativa de minimizar o sofrimento dos indígenas escravizados.
A vizinhança dos povos facilitava a utilização da mão-de-obra indígena. Os próprios missionários contribuíram para isso. A ganância dos colonos harmonizada com os escrúpulos dos missionários, foram decisivos para a escravização indígena. A câmara distribuía os índios que cabiam a cada morador para servir-lhes gratuitamente por meses a fio. Os mais fortes eram utilizados nos serviços do Estado. Todavia essa escravização não propiciava prosperidade à vila, isso ficava visível em uma outra casa coberta com telhas, segundo Ignácio Moura, as poucas que tinham cobertura.
Várias ordens religiosas já cuidavam da orientação espiritual em Cametá. Em 1643, os Capuchinhos de Santo Antônio foram substituídos pelos frades Carmelitas que ficaram por aqui até 1655. De 1693 a 1759 os Capuchos da Piedade estiveram à frente da atividade não só religiosa, mas também na defesa dos interesses da ordem. Eles foram substituídos em 1759 pelos Mercenários ou Mercedários que por aqui ficaram até a expulsão patrocinada pelo Marquês de Pombal. Atualmente, a orientação religiosa católica romana é executada pela ordem de São Vicente de Paulo, cujos religiosos exercem desde funções educacionais e de saúde.
Não se sabe precisamente quando a Vila se mudou do local de onde partiu Pedro Teixeira para a Conquista do Amazonas em 1637. Entretanto, existem duas hipóteses na mudança para o Sítio Parijó ou Mourajuba, onde assenta-se atualmente a cidade. A primeira informa que entre 1670 e 1690 o Padre Manoel Nunes achou por bem mudar a Vila em virtude de um surto de varíola, pois tornara-se um local bastante insalubre. Dessa hipótese comunga o historiador Victor Tamer e outros. Na outra hipótese, Ignácio Moura afirma que um grande número de colonos se estabeleceu um pouco mais acima do rio, para se livrar da tutela imediata da administração do primitivo núcleo; como se sabe, os donatários eram responsáveis pela cobrança de impostos, sendo que longe deles era possível escapar da tributação. Por acharem o novo local mais salubre e de vista aprazível, além de ser possível a sonegação dos tributos, foi possível consolidar a vila. A nova feitoria se tornou maior e mais próspera que a primitiva, obrigando-se assim a mudança da sede administrativa para a localização atual, passando o local original a chamar-se Cametá-Tapera. Segundo Victor Tamer, Feliciano Coelho de Carvalho recebeu a capitania que abrangia a região tocantina, incluindo as Donatarias de Cayeté, Gurupá, e Xingu, com sede na Vila de Santa Cruz dos Camutás. Governou as referidas capitanias até 1754, quando assumiu a direção o seu herdeiro Francisco Albuquerque Coelho de Carvalho. A vila dos Camutás, quando governada por Feliciano de Carvalho era constituída por quatro ruas, pela Igreja do padroeiro da cidade, São João Batista, comércio regular, extensa e variada produção agrícola.
Em julho de 1754, no reinado de D. Jose I, herdeiro da donataria Francisco Albuquerque Coelho de Carvalho, descendente do primeiro donatário cedeu, por pensão anual de 3 mil cruzados, seus direitos sobre a capitania de Cametá. Dessa forma, a donatário foi incorporada aos domínios da coroa, quando passou na realidade, a gozar prerrogativas de vila. Das várias Capitanias Hereditárias em que foram divididas o Estado do Maranhão (incluindo o Pará) poucas deram resultado esperado, entre elas, a Capitania de Cametá, através da concessão de várias sesmarias na Amazônia colonial o que reforçou a livre matança de índios que vivessem nas terras doadas à nobres famílias de portugueses.
Cametá conseguiu organizar um povoado mais ou menos estável até o início do século XVIII, quando o núcleo urbano da então Vila de Cametá foi transferido, em 1713, de Cametá - Tapera para onde, atualmente, localiza-se a cidade e, nas décadas seguintes, já haviam sido edificados importantes monumentos públicos e privados, destruídos, pela ação do tempo.  Foi com a resolução nº 145, de 24 de outubro de 1848 que Cametá obteve os foros de cidade, pois já era Comarca desde 30 de abril de 1841, pela Lei nº 87. O progresso de Cametá nesse período era visível, grandes melhoramentos foram feitos visando a salubridade do local. Deste modo, são constituídas as galerias pluviais e o cais de arrimo, assim como algumas ruas recebem calçamento de pedras.
Ressalte-se que as sesmarias de Cametá se estendiam por todo vale do Tocantins. Apenas em 1694 a primeira sesmaria é concedida, fracionando o território, tratando-se daquela que originou o município de Baião. Depois, separou-se de Mocajuba e por último Limoeiro do Ajuru. Esse município foi desmembrado pela Lei Estadual nº 2460, de 29 de dezembro de 1961, do distrito de Janua Coeli pertencente ao município, depois de uma infrutífera emancipação em 1955, considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
O município de Cametá é o mais antigo e tradicional dos baixos rios do Tocantins. Pela sua importância histórica empresta seu nome à antiga microrregião homogênea do baixo Tocantins que passou a chamar-se microrregião de Cametá. Com uma história interessante, Cametá passou recentemente a categoria de Patrimônio Histórico Nacional pela lei nº 7537, de 16 de setembro de 1986 pela sua notável tradição histórica.
Já no início do século XX, Cametá era formada por 10 distritos judiciários e um administrativo, Joroca, Juaba, São Benedito, Curuçambaba, Limoeiro, Providência, São Raimundo dos Furtados, Carapajó e Conceição, e possuía uma população absoluta de 67.082 habitantes, concentrada no interior.
A cidade de Cametá teve o papel destacado, durante todo o movimento Cabano, foi de Cametá que o Dr. Ângelo Corrêa, foi a Belém, atendendo ao chamado do Governo Cabano chefiado por Antônio Vinagre, para assumir a presidência da província, após uma série de desentendimentos, não pôde assumir o governo. E retorna a Cametá onde toma posse do cargo perante a Câmara Municipal. Assim, por um breve período, Cametá foi a sede do Governo da Província. Convém ressaltar que o município sempre teve destacado papel na história do Pará.
Nas últimas décadas o município passou por algumas atividades econômicos, daquelas típicas da Amazônia. Assim, se favoreceu bastante da produção da borracha e do cacau, mas o último com bastante importância foi a época da pimenta-do-reino, embora não caracterizada como tal. Esses ciclos favoreceram algumas melhorias nas condições de vida da população.
Apesar da cidade de Cametá ter sido declarada Patrimônio Histórico Nacional poucos são os benefícios advindos disto. Não é visível a preservação dos prédios públicos e particularmente de valor histórico no município, a Câmara Municipal está praticamente em ruínas. Alguns documentos históricos estão no Museu de Cametá, embora sem catalogação. Parte do casario antigo da primeira rua foi demolido ou vitimado pela erosão que já desgastou muito a orla da cidade. Ainda há a destacar prédios seculares como as igrejas de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro na Aldeia e a Matriz, o Grupo Escolar D.Romualdo de Seixas e a Prefeitura. Esses prédios integram um roteiro turístico chamado de Museu Contextual, organizado pela Secult.

Visitando a política cametaense

Cametá, construída ao longo dos anos como terra de homens notáveis, defensora da ordem pública, cidade do carnaval, das festas populares, dos fogos de artifício, possui uma característica marcante que até os dias atuais faz o sangue cametaense “ferver”, que é a política.
Em época de eleição a cidade toma cores variadas, dependendo do partido que se quer representar, as pessoas se vestem e enfeitam suas residências. As músicas e as marchinhas constituem-se em defesa ou ataque entre os candidatos. As histórias acerca de políticos e da política são as mais variadas, das cômicas as trágicas. Os comícios agitam a cidade tanto quanto as festas populares, com fogos de artifício e muito barulho. Todas estas características compõem o folclore político cametaense.
Caixa de Texto: O Senado da Câmara era a forma administrativa adotada em todas as cidades brasileiras; era responsável pelo poder local e encarregada da administração política do município; compunha-se de um Conselho Municipal e um presidente.

Caixa de Texto: Timbó: Uma raiz que libera uma substância tóxica (a rotenona) que paralisa os peixes e era aplicada em pequenas áreas. Utilizado na pesca com veneno.No século XIX e início do XX, Cametá ocupava um lugar de destaque no setor econômico, produzia borracha, cacau, castanha, cereais, algodão, mamona, cumarú, timbó, andiroba, pataná, indústrias de sabão, indústria pastoril, culturas variadas que empregavam grande parte da população.
Entretanto, no decorrer dos anos, o município sofreu uma estagnação econômica que entre outras consequências, tornou o serviço público a melhor oportunidade de emprego. 
Após Cametá receber o título de Vila, em 1635, foi criado o Senado da Câmara. Durante o seu período colonial, temos notícia que o Senado da Câmara foi reorganizado por dez vezes, das quais algumas famílias permaneceram por mais de uma vez, o que significa que estas famílias passaram anos determinando as decisões políticas e administrativas do município, entre eles estão: a família Barros, Pereira de Sousa, Castro de Afonseca e Pereira Braga.
Há a ausência de algumas das organizações do Senado da Câmara no período colonial de Cametá, pois só de 1713 em diante, de quando data a doação do Termo da Vila por Francisco Coelho de Carvalho, é que se tem notícias dos nomes dos cidadãos que compuseram aquele órgão administrativo.
A 28 de Setembro data escolhida para adesão do povo e das autoridades a independência brasileira tivemos o fim do período colonial cametaense e início do período imperial, sofrendo a Câmara pequenas modificações: Dionísio Xavier Cardoso, Manoel Moreira e José Raimundo Furtado, sendo Tesoureiro o tenente Manoel Antônio Pereira.
Após esta organização e com o início do período imperial, tivemos um evento importante na política de Cametá no ano de 1829, que foi a organização da primeira Câmara eleita por voto popular. O grupo teve um mandato de três anos e foi composta pelo presidente Joaquim de Morais Bitencourt e dos vereadores Pedro José Antônio Ventura, José Raimundo de Morais Bitencourt, José Lopes de Mendonça, José Pereira Torres, Antônio José de Medeiros.
Nos seis primeiros anos do período monárquico, Cametá passou por momentos importantes na vida política e administrativa, como a divisão interdistrital, a cabanagem e a elevação do município à categoria de capital da província. Alguns anos depois, na legislação da Câmara de 1845-1848, foi também de grande importância, pois foi nesta que o município adquiriu a categoria de Cidade.
Durante a monarquia, Cametá passou por 13 composições diferentes na Câmara, destas 13 organizações se verifica a presença de duas famílias em muitas legislações, a família Bitencourt e a família Mendonça.
Com o decreto de número 59 de 19 de fevereiro de 1890 dissolveu-se a Câmara e foi criado o Conselho de Intendência Municipal, com um total de formação de cinco Conselhos durante o período que compreende o início da República até os anos de 1930. Destes cinco Conselhos formados, estiveram presentes por várias vezes o intendente coronel José Heitor de Mendonça, o dr. Deodoro Machado de Mendonça e o coronel Cantidiano Machado de Mendonça.
Com o episódio de 1930 a família Mendonça perdeu o comando político de Cametá, entretanto, não deixou de exercer influência no município. Principalmente porque continuaram a exercer cargos administrativos no Estado, além de que eram grandes comerciantes e donos de terras na região do Tocantins.
No início dos anos de 1930 em Cametá, foram vários os homens que assumiram a administração do município, os prefeitos nomeados foram os seguintes: Manoel Mário Martins (até julho); Henrique Coutinho (agosto a dezembro de 1931); Lúcio de Mello (1932 a 1935) e Nelson Parijós, que governou de 1935 até 11.02.1936.
Com a Constituição Brasileira de 1934 e a Constituição Estadual de 1935 ficou decretado eleição municipal para o dia 30 de novembro de 1935, onde foi eleito para o cargo de prefeito de Cametá o candidato da União Popular do Pará - UPP, Nelson Parijós.
Nelson Parijós exerceu o cargo de prefeito eleito de 11.02.1936 a 10.11.1937, quando ocorreu o golpe do Estado Novo por Getúlio Vargas. Entretanto, Nelson Parijós foi confirmado no cargo de prefeito em 1937, pelo Interventor Federal José Malcher.
Com o fim do Estado Novo e o retorno do país ao regime democrático, em 1946, Cametá ainda possuiu dois prefeitos nomeados - Luiz Ursulino Filho e Francisco Mendes Pereira, e, a partir de 1948, as eleições diretas foram retomadas para eleição do candidato a prefeito.
Caixa de Texto: O decreto para dissolução do Senado da Câmara foi o de número 58 e assinado em 19 de fevereiro de 1890 pelo Governador do Pará, Justo Chermont, e na mesma data, foi assinado o decreto de número 59 para criação do Conselho de Intendência Municipal.
Ao longo dos anos a política cametaense caracterizou-se pela dominação de famílias, do nepotismo, do clientelismo, das perseguições, que levavam as demissões de funcionários da oposição ou a transferência destes para fora da sede do município, ou seja, para os interiores e centros. É por isso, que até os dias atuais há uma dedicação máxima por parte do eleitorado em tentar mostrar qual candidato estão apoiando e trabalhar ao máximo para que ele seja eleito.
Dessa forma, Cametá chega aos anos 30 do século XX, pelo que indica as fontes, com uma política marcada pela dominação de famílias de destaque no setor econômico, as quais centralizam as decisões administrativas e gozam de privilégios. Estas famílias preenchem os cargos públicos de acordo com seus interesses, eximindo a maior parte da população de participação ativa no que diz respeito às decisões políticas.
Vale destacar que até os dias atuais, muitas dessas características ainda são presentes, sofrendo algumas transformações, mas conservando um aspecto importante, o das perseguições, que delineia as ações dos candidatos eleitos e o rumo da política cametaense. 
Dos anos 30 do século XX para os dias atuais ainda há uma trajetória muito intensa para se narrar sobre a história política de Cametá, mas vamos ficar com a compreensão da evolução que precede os anos 1930.

FATOS HISTÓRICOS

1ª expedição (1613), Expedição de Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardiere;
2ª expedição (1631), comandada por Raimundo Noronha, detentor de poderes de General de Estado, partiu de Cametá com canoas guarnecidas de flecheiros e remeiros; essa expedição desalojou os ingleses de Gurupá;
3ª expedição (1632), chefiada por Feliciano Coelho de Carvalho, moço fidalgo da coroa de Portugal com patente de General de Estado, partiu de Cametá a 19 de junho de 1632, com uma esquadra de 127 canoas, 247 praças de linhas e 5.000 índios. Essa expedição foi agraciada pela bravura dos índios cametaenses que conseguiram demolir o Forte de Cumair, guarnecido pelos ingleses. 1635 - Em 24 de Dezembro de 1635, do núcleo urbano;
4ª Expedição (1636), tinha como responsável Antonio Portilho, Ceifador da Fazenda Real;
5ª expedição (1637), a expedição do capitão-mor Pedro Teixeira, partiu de Cametá em 28 de outubro de 1637, Cametá foi rota de partida da expedição exploradora portuguesa comandada por Pedro Teixeira, em 1637, que teve duração de dois anos. Através dela, no sentido Leste - Oeste, foi explorado grande extensão do Rio Amazonas, chegando até a Cordilheira dos Andes, no Peru, além de explorar a geografia amazônica; revoltas internas, fadiga, deserção, doenças e silvícolas rondavam a expedição recompensada pela beleza da fauna e da flora. No regresso, após demarcada a posse, Pedro Teixeira passou por Gurupi, depois Belém e em seguida o Maranhão.
1822 - O advento da independência do Brasil, proclamada por D. Pedro I em 1822, encontrou sérias resistências em vários pontos do território colonial brasileiro. Nesse âmbito Cametá surge como primeiro município do interior amazônico a aderir ao movimento de independência do Brasil, em 1823.

DOENÇAS


1662 - Varíola: Quanto ao estado sanitário de Cametá através dos séculos, a memória do povo guardou por muito tempo a lembrança de duas fortes epidemias, a primeiro a da Varíola, ainda em Cametá - Tapera, em 1662.
1855 - Cólera - Morbus: A outra, já nesta área, foi a da Cólera - Morbus, em 1855, de caráter violentíssimo. Morria gente nas casas e nas ruas e o transporte dos corpos para o cemitério chegou a ser feito por meio de carroças, alguns ainda moribundos. O governador da Província, o cametaense Ângelo Custódio Corrêa, condoído com a sorte de seus conterrâneos, veio pessoalmente socorrê-los, trazendo em sua companhia o médico José Ferreira Cantão, em viagem especial do navio “Rio Negro”. A chegada do vapor teve o efeito, segundo o relato da época, de uma ressurreição para Cametá. Trouxera víveres, medicamentos, a presença moral do Governador e mais a do médico para curar os doentes. Os recursos da medicina de então eram, porém, ineficazes para o combate de uma epidemia tão devastadora. Cenas indescritíveis diante da morte tomaram conta da cidade. O navio “Rio Negro”, ao regressar a Belém, três dias depois de sua permanência em nosso porto, estava atulhado de famílias que buscavam na fuga a salvação. Ainda a bordo, duas horas depois de deixar Cametá, o Dr. Ângelo Custódio sentiu os primeiros sintomas do mal, vindo a falecer, não obstante o devotamento do Dr. Cantão para salvar o amigo, antes de chegar a Belém, a 25 de junho de 1855. Pela solidariedade de Ângelo Custódio ao sofrimento de seus conterrâneos, o que lhe custara a própria vida, o Imperador D. Pedro II agraciou a viúva do governador com o título de baronesa de Cametá.
Existe no Museu Histórico de Cametá uma famosa tela da autoria do pintor Constantino Motta, pintada em 1858, a qual reproduz uma cena comovente da epidemia do Cólera-Morbus, no momento em que parte da população procura fugir de canoa pela praia das Mercês. O homem que aparece de fraque e cartola, procurando acalmar aquele desespero, não sei ao certo se trata do Dr. Ângelo Custódio ou do Dr. Ferreira Cantão.
Na minha infância (Victor Tamer), nós tivemos, servindo à nossa casa, uma velha lavandeira chamada Dona Ricarda, que vinha a ser avó do conhecido e famoso jogador de bola do “São Jorge Esporte Clube”, o Júlio Bahia e seus irmãos Deodoro, Maria e Raimundo Bahia. Dessa família Bahia, gostaria de saber se existem ainda descendentes. Dona Ricarda contava que seu marido, nesse tempo bem velhinho, tinha sido carroceiro na faina de transportar corpos das vítimas da Cólera-Morbus. O cemitério, que ficou depois interditado pelo receio de seu uso poder desencadear novo surto da epidemia, é hoje o terreno onde todas as cruzes antigas desapareceram para ficar uma só, a da sepultura da Jovem Júlia, cuja tradição desconheço.
O progresso só é barrado pela Cólera Morbus que dizimou milhares de vidas, reduzindo sensivelmente a população do município. Começa aí o declínio da segunda maior cidade do Estado que hoje ocupa uma posição de destaque apenas no cenário histórico. A importância econômica de outrora é restrita a uns poucos produtos agrícolas exportados. Os grandes projetos do regime militar serviram-se de Cametá apenas como fornecedora de mão-de-obra para obras dos grandes projetos.


CAMETAENSES NOTÁVEIS


A cidade de Cametá tem filhos ilustres. O primeiro foi D. Romualdo de Souza Coelho, de origem humilde seguiu carreira religiosa e política, foi deputado junto à corte. Eleito presidente da Junta Provisória Civil e Militar coube-lhe proclamar a Adesão do Pará à Independência do Brasil a 15 de agosto de 1823. Durante a Cabanagem, seu fervor cristão e a humildade contribuíram para a redução das execuções. Houve uma vez que de crucifixo em mão, impediu que os cabanos ateassem fogo à cidade de Belém, no momento em que a abandonavam. Outro notável foi seu sobrinho D. Romualdo Antônio de Seixas que foi Arcebispo da Bahia. Foi ele quem sagrou D. Pedro II Imperador do Brasil. De suas estreitas relações com a corte, obteve, além do título de Marquês de Santa Cruz, algumas melhorias para sua terra natal.
 A predestinação de Cametá, reconhecida em toda a parte, vem a ser, sem dúvida alguma, a da inteligência de seus filhos, dote que se revela na seara da política, do clero, das letras e das artes. Tamanha tem sido a culminância alcançada pelos filhos ilustres desta terra, que ainda hoje se admira como um caboclinho de Mutuacá, o qual se chamou Dom Romualdo de Seixas, chegou a ser o primaz da Igreja do Brasil e como tal presidiu a coroação do Imperador Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, em 18 de julho de 1841.
No mesmo Panteão dos cametaenses ilustres destacam-se ainda as figuras de Dom Romualdo Coelho, padre Prudêncio das Mercês Tavares, Ângelo Custódio Corrêa, Cônego Manoel José de Siqueira Mendes, Joaquim Pedro Corrêa de Freitas, Enéas Martins, Inácio Batista de Moura, Deodoro Machado de Mendonça, Luís Barreiros, Dom Milton Pereira, Gentil Bittencourt, Carlos de Novaes, Cônego Miguel Inácio, Nelson da Silva Parijós e muitos outros que se distinguiram entre nós na música, na escultura, na pintura, no jornalismo, como Job dos Santos de Melo, Vicente Serrão de Castro Filho, Jeremias Rodrigues, Raimundo Cardoso, Andrelino Cotta, Veiga Santos, Raimundo Duarte Peres, Raimundo Penafort de Sena, Satyro de Melo, Orlando de Moraes e Juvenal Tavares.

DOM ROMUALDO ANTÔNIO DE SEIXAS

Dom Romualdo Antônio de Seixas, nasceu em Cametá em 07 de fevereiro de 1787, na ilha de Mutuacá. Bispo da Bahia, Primaz do Brasil, político, escritor, e grande orador sacro. Sob os cuidados de seu tio Dom Romualdo de Sousa Coelho, matriculou-se aos sete anos de idade no seminário episcopal de Belém. Fez depois curso de filosofia com religiosos de Santo Antônio. Aos 14 anos embarcou para Portugal a fim de concluir os estudos na congregação de São Felipe Nery. Destinando-se à vida sacerdotal retornou ao Pará, e aos dezoito anos era investido na carreira de latim, retórica e poética, francês e teologia dogmática. Recebeu o diaconato aos 21 anos de idade. Rezou a sua primeira missa em Cametá em 1810, no dia 1º de novembro. Dom João VI agraciou-o com o hábito da ordem de Cristo e o nomeou Cônego da Sé do Pará.  Na qualidade de vigário-geral governou o bispado paraense durante a ausência do seu titular, Dom Romualdo Coelho, que fora à corte a fim de sagrar-se bispo.
Dom Romualdo Antônio de Seixas foi eleito deputado à Assembleia Geral onde se destacou pelos dotes oratórios e manifesta cultura. A 12 de outubro de 1826 era nomeado Arcebispo Primaz do Brasil. Com essa dignidade coube-lhe a honra de presidir a coroação de D. Pedro II, Imperador do Brasil, na solenidade de 18 de junho de 1841, no Rio de Janeiro. O imperador agraciou-o então com o título de Marquês de Santa Cruz e o Papa com o de Conde Romano. Esse notável cametaense foi um dos homens mais cultos do seu tempo. D. Pedro II o chamava de “Boussuet Brasileiro”. Dom Romualdo de Seixas faleceu em Salvador, Bahia, a 29 de dezembro de 1860. As novas gerações desconhecem, até porque não é ensinado nos livros de história, que foi o cametaense D. Romualdo de Seixas quem sagrou o Imperador do Brasil. É da lavra de Ricardo Borges, em seu livro “Vultos Notáveis do Pará” (Edições Cejup, 2ª Edição, 1986), um dos mais completos textos que mostram como se processou a coroação do Imperador D. Pedro II, que foi sagrado exatamente por D. Romualdo de Seixas que, à época, era Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil. Ele relata, inclusive, a disputa travada, antes, com o Bispo do Rio de Janeiro, onde era a Diocese sede da cerimônia, vencida, ao final, pelo ilustre filho de Cametá. Leia: “Erudito e eloquente, argumentador seguro e trato cordial, se omitiu aos assuntos e debates do interesse nacional. Foi dos mais ardorosos na impugnação às propostas de remoção de José Bonifácio da tutoria do príncipe herdeiro da Coroa e de banimento de Pedro I; sustentou o celibato clerical, os impedimentos matrimoniais, os direitos as Santa Sé de confirmação de nomeação de Bispo e Arcebispos; conseguiu isentar os párocos dos cargos de Juiz de Paz, Promotor, jurado e alistamento da guarda Nacional; debateu com absoluta proficiência a reforma da relação Metropolitana; fez destemida oposição ao Regente do Império, Pedro Diogo Antônio Feijó de 35 a 37, quando Feijó viu-se obrigado a renunciar. A 8 de maio de 39, recusa ser Ministro do Império na Regência Araújo Lima, Marquês de Olinda. E todo esse fulgor político cede ao eclesiástico na defesa do predicado privativo do Arcebispo da Bahia, de Metropolitano e Primaz do Brasil e, pois, do seu Arcebispo à chefia da Igreja Católica no país e consequente prerrogativa de sagrar o Imperador Pedro II, o que dar-se-ia a 18 de julho de 1941. Convencera-se caber-lhe essa prerrogativa e, nesse sentido, movimentara-se Dom Manuel do Monte Rodrigues de Araújo, Bispo do Rio de Janeiro, capelão-real e nas graças da Corte. Era o titular da diocese sede da cerimônia, tal como, por esse motivo, coubera a Dom José Caetano Coutinho sagrar Pedro I, dezenove anos antes. Dom Romualdo de Seixas não desertaria a defesa da Bahia; saiu à liça e os dois contendores polemizaram à altura de profundos teólogos e conhecedores da hierarquia da igreja e o fizeram com raro brilho. Quando da coroação de Pedro I, o Arcebispado da Bahia estava sem titular e o Vigário Capitular não ressalvara a prerrogativa; agora, não. E Dom Romualdo, no seu “Memorial apologético em resposta a um opúsculo do Exmo. Revmo. Dom Manuel do Monte Rodrigues de Araújo, Bispo do Rio de Janeiro”, 1840, assina-se “Arcebispo da Bahia Metropolitana e Primaz do Brasil”. E justifica ter esse predicado 166 anos, transferido da Sé de Lisboa à Sé da Bahia, criada pela bula do Papa Inocêncio XI, de 22 de novembro de 1676, o Bispo Manuel do Monte recorreu ao vaticano que lhe negou razão.

DOM ROMUALDO COELHO

Dom Romualdo Coelho, nasceu em Cametá a 07 de fevereiro de 1762. Era filho do Capitão de milícias Alberto de Sousa Coelho e de D. Maria de Gusmão que moravam no Sítio Paricateua, na foz do Igarapé Mouraba.  Fez seus primeiros estudos sob a direção do Padre Antônio Manuel Furtado, Vigário da então Vila de Cametá. Propenso a vida eclesiástica por vocação, estudou com grande aproveitamento todas as disciplinas que ensinavam no seminário episcopal. Em 19 de Fevereiro de 1785 tomou ordem de presbítero e a 05 de abril do mesmo ano cantou a primeira missa na Igreja Matriz de Cametá. Em 1805 era Arcipreste da Catedral de Belém. Dom Romualdo Coelho foi ao Rio de Janeiro, representando o bispo, clero, cabido e diocesano, cumprimentar o monarca D. João VI, dando-lhe boas-vindas ao Brasil. Na presença do monarca, Dom Romualdo Coelho pregou um belo sermão, tornando-se logo conhecido do Rei e da Corte. Dom João VI o agraciou com a comenda da ordem da Conceição. Em 1819 foi eleito Bispo do Pará.
Dom Romualdo Coelho teve papel de muito destaque no movimento da Adesão do Pará à Independência, em 1823, quando a 11 de agosto daquele ano, como Presidente da Junta Governativa, assinou a Ata de Adesão, ato que foi festejado publicamente a 15 de agosto de 1823. Ainda por ocasião da Cabanagem, quando Belém era saqueada pelos cabanos e na iminência de ser incendiada, foi a palavra persuasiva e cheia de fé de Dom Romualdo Coelho que salvou a nossa Capital da destruição, palavra de um poder divino que fez a horda sanguinária recuar de seu intento macabro. Isso aconteceu em 1836. Dom Romualdo Coelho faleceu em 15 de fevereiro de 1841. Seus restos mortais jazem na Catedral de Belém.

ÂNGELO CUSTÓDIO CORRÊA

Ângelo Custódio Corrêa, nasceu em Cametá em 1804. Em 1821, com 17 anos de idade, seguiu para a França onde formou-se em Direito, em Paris. Filho de Francisco Custódio Corrêa e Joana Medeiros Corrêa. Regressando ao Pará, aqui encontrou os ânimos exaltados, prenúncio da Cabanagem. Seu pai, em Cametá, foi a primeira vítima desse movimento sedicioso, assassinado que fora exatamente na noite em que casava uma filha. Ângelo Custódio recolheu-se então no sítio Aricurá, que lhe coubera como herança e lá se deixou ficar sem se interessar pela política. Mesmo assim foi envolvido por ela e em 1834 elegeu-se deputado provincial mais votado, sendo pela Constituição vice-presidente da província. E quando a Cabanagem se apodera de Belém, assassina o então presidente Bernardo Lobo de Sousa e assume o governo da província através de Félix Antônio Clemente Malcher.
Com o fim de restabelecer a legalidade e dar posse a Ângelo Custódio que, por lei, deveria substituir o Presidente morto, parte do Maranhão uma pequena esquadra de dois navios de guerra sob o comando de Pedro Cunha Vinagre, aquiesceu entregar o governo. Quando Ângelo Custódio viajava de Cametá para embarcar num dos navios de Pedro Cunha, houve uma emboscada dos cabanos, da qual Ângelo saiu ileso. Como Vinagre em seguida se recusasse a entregar o governo e as forças de Pedro Cunha tivessem fracassado na retomada de Belém, Ângelo Custódio achou mais seguro voltar a Cametá, bem defendida por Padre Prudêncio, e aí instalar o seu governo que durou de 15 de maio de 1835 a 13 de maio de 1836. Cametá foi, desta maneira, a Capital da Província por um período de quase exatamente um ano.
Deputado ao Parlamento Nacional por três legislaturas, o Dr. Ângelo Custódio exerceu à Presidência da Província, interinamente, por duas vezes, sendo que nesta última veio a falecer a 25 de junho de 1855, vítima da Cólera-Morbus, que contraiu em Cametá, quando veio de Belém socorrer os seus conterrâneos dizimados pela terrível epidemia. Ângelo Custódio, como Presidente da Província, faleceu a bordo do navio de regresso a Belém. O Imperador D. Pedro II, reconhecendo em Ângelo Custódio Corrêa, o exemplo de governante e do seu sacrifício de vida agraciou a sua viúva com o Título de Baronesa de Cametá. 

PADRE PRUDÊNCIO JOSÉ DAS MERCÊS TAVARES

Padre Prudêncio José das mercês Tavares Nasceu em Cametá, no lugar Acapucuara, hoje pertencente ao município de Mocajuba, no dia 04 de setembro de 1809. Era filho de Felippe Santiago Pereira Tavares e Izabel Francisca da Conceição.  Prudêncio iniciou seus estudos com o seu tio Romão. Logo que recebeu os primeiros ensinamentos, seus pais o mandaram para a cidade de Cametá a fim de estudar latim com o Padre José Boaventura da Silva, Vigário da paróquia da Vila de Camutá. Com 16 anos de idade seguiu para Belém onde estudou no Seminário Episcopal, o único estabelecimento superior que existia, nesse tempo, na Capital. Embora a sua manifesta vocação pela carreira militar, abraçou a eclesiástica por motivos alheios à sua vontade.
Sua primeira missa foi celebrada em Cametá, onde fixou residência. Exerceu a função de 2° juiz de paz, tendo, no evento da Cabanagem, assumido o exercício de 1° Juiz de paz. Enérgico, embora generoso, organizou a resistência contra os cabanos que céleres, se aproximavam de nossa cidade. Levantou trincheiras; organizou tropas; formou barricadas; organizou a proteção do litoral equipando canoas prontas para a defesa marítima. A fiscalização era feita pessoalmente por ele, demonstrando, assim, sua alta capacidade de organização. Padre Prudêncio, foi nomeado pelo marechal Francisco José de Sousa D’Andrea como chefe civil e comandante geral da tropa destinada à garantia da ordem pública em Cametá, Oeiras, Melgaço e Portel. Por diversas vezes foi eleito deputado provincial e Juiz de paz. Graças à inteligência, coragem e elevado espírito de organização do padre Prudêncio, Cametá foi o único lugar no Estado onde os rebeldes não conseguiram penetrar. Daí o título honroso de “Cidade Invicta”.

CÔNEGO MANOEL JOSÉ DE SIQUEIRA MENDES

Nasceu em Cametá a 06 de setembro de 1825. Matriculou-se no Seminário de Belém, na administração do oitavo bispo da Diocese, Dom Romualdo de Sousa Coelho, onde se distinguiu com grande aproveitamento. Foi secretário do Bispado e por merecimento nomeado para o cargo de Cônego Presbítero da Catedral de Belém. Foi lente de latim do Liceu e de Teologia Moral no Seminário. Fundou em Belém o Colégio Santa Cruz e outro em Cametá com igual nome. A atuação maior de Siqueira Mendes se fez na política. Eleito várias vezes deputado à Assembleia Legislativa, ocupou o cargo de Presidente da Província do Pará e em 1886 foi, finalmente, escolhido para ocupar o cargo de Senador do Império, no Rio de Janeiro. Siqueira Mendes nunca esqueceu a sua terra natal. Assim como fundou o Colégio Santa Cruz em nossa cidade, muito contribuiu, quando senador do Império, para tornar realidade o projeto sempre esquecido da defesa do litoral de Cametá. Foi graças ao seu esforço e providência que se iniciou a construção do cais, no ano de 1871, prolongando-se por dez anos. Logo a seguir, por volta de 1880, começaram as obras de construção do velho paredão. Acometido de grave enfermidade, Siqueira Mendes faleceu a 06 de março de 1892, na cidade de Fortaleza.

JOÃO AUGUSTO CORRÊA

Nasceu em Cametá no dia 24 de agosto de 1812, no Sitio Aricurá. Filho de Francisco Custódio Corrêa e de Joana de Medeiros Corrêa. Era irmão do Dr. Ângelo Custódio Corrêa. O Pará teve em João Augusto Corrêa um grande impulsionador do seu progresso graças ao gênio pioneiro daquele inovador cametaense. Foi João Augusto Corrêa que implantou em nosso Estado a primeira fábrica de tijolos para a construção de alvenaria, modificando completamente o sistema de pedra e cal, secularmente usado até então. Servido de inteligência progressista, João Augusto Corrêa desenvolveu o comércio em toda a província através da navegação a vapor, de que foi o grande introdutor em nossos rios. Iniciou a importação de mercadorias da Europa e da América para Belém, possuindo mesmo dois “brigues”, que mandara construir em Portugal, os quais ostentavam a bandeira brasileira nesse intercâmbio comercial com o exterior. Pela sua visão empreendedora no desenvolvimento comercial com o exterior, Augusto Corrêa era considerado o nosso Barão de Mauá. Faleceu aos 58 anos de idade, ainda forte e vigoroso, no dia 1 de março de 1870.

DR. JOAQUIM PEDRO CORRÊA DE FREITAS

Dr. Freitas nasceu em Cametá em 17 de agosto de 1829, filho do comerciante José Joaquim de Freitas e D. Tereza de Sousa Corrêa. Tendo perdido cedo seu pai, o Ten-Cel. João Augusto Corrêa, seu tio e tutor, mandou buscá-lo para Belém a fim de dar-lhe uma educação precisa. As irmãs do notável estadista Visconde de Sousa Franco, suas parentas, se encarregaram, também, do seu preparo intelectual. Em 1840 matriculou-se no Seminário. Tendo terminado os preparatórios em 1846, manifestou desejo de seguir a carreira da magistratura, mas por influência de seus tios Dr. Ângelo Custódio Corrêa e Dom Romualdo de Seixas, o jovem cametaense partiu para a Bahia onde fez todo o curso médico, hospedado por este ilustre arcebispo, que era Marquês de Santa Cruz e que o estimava muito. Após a formatura em medicina, o Dr. Freitas empreendeu uma viagem à Europa, percorrendo vários países durante três anos, enriquecendo o seu cabedal de conhecimentos que empregou mais tarde em Belém, quando regressou em fins do ano de 1855. Eleito deputado à Assembleia legislativa Provincial, lecionou francês e geografia no Liceu e em 1874, foi nomeado Diretor Geral da instrução pública, cargo que desempenhou até 1880, quando se aposentou. Mesmo eleito por oito vezes deputado da Província, a verdadeira vocação do Dr. Freitas era o ensino. A própria profissão de médico não exerceu senão acidentalmente quando prestava os seus serviços gratuitamente. O Dr. Freitas, como era chamado, foi o grande educador das gerações de paraenses do final do século passado e do começo do atual. Autor de vários livros didáticos adotados em todas as escolas públicas e particulares do Estado, denominados “Ensaio de Leitura”, série que compreendia o primeiro, o segundo e o terceiro livro e ainda o Paleógrafo, que ensinava o aluno a ler os trabalhos manuscritos, em diversos caracteres. Esses livros, em repetidas edições, sobreviveram a sua morte em 1888. O Dr. Joaquim Pedro Corrêa de Freitas, faleceu em Belém a 12 de abril de 1888, sob a consternação geral da população.
Belém perpetua o nome do ilustre educador cametaense através do Grupo Escolar Dr. Freitas e do Boulevard Dr. Freitas, esta via pública no bairro do Marco, em cuja esquina com a antiga Avenida Tito Franco, Dr. Freitas morou numa espaçosa vivenda da época. Era casado com D. Ana Cardoso de Andrade Freitas. Deixou uma filha, D. Tereza Freitas Castro, casada com o proprietário do “Paris n’América”, tradicional e conceituado estabelecimento comercial da praça de Belém.

DR. CARLOS AUGUSTO VALENTE DE NOVAES

Dr. Carlos Augusto Valente de Novaes Escritor, educador e político. Nasceu na cidade de Cametá. Faleceu no Rio de Janeiro a 07 de novembro de 1915. Era formado em medicina. Abraçou o magistério, exercendo por longos anos a cadeira de geografia no Ginásio Paes de Carvalho. Publicou vários livros didáticos como “História Natural”, “Física Elementar”, “Geografia Elementar e Especial do Estado do Pará”, “Geografia Primária”, “Geografia Secundária”, “Coreografia do Brasil”, e etc.
Foi sócio benemérito da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro; sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; Member Of The National Geografie do Society Of The United States Of North América, lente de corografia do Brasil na Facultade de Direito do Rio de Janeiro e Professor de Geografia da Escola Normal do Distrito Federal, afora outros Títulos Honrosos de seu “Curriculum Vitae”. Não temos dados da data exata de seu nascimento.

DR. ENÉAS MARTINS

            Dr. Enéas Martins Jornalista, político, administrador e diplomata. Nasceu em Cametá no ano de 1872 e faleceu no Rio de Janeiro a 02 de julho de 1919. Formado pela Faculdade de Direito de Recife, exerceu a advocacia em Belém e foi fundador do jornal “Folha do Norte”, cujo primeiro número circulou a 1º de janeiro de 1896. Colocando-se em oposição ao Governo do Estado, foi forçado a ausentar-se do Pará, transferindo sua residência para Manaus, onde exerceu sua profissão, não tardando ser eleito deputado federal pelo Amazonas.
Em 1904 abandonou a política para dedicar-se à carreira diplomática. Como ministro plenipotenciário representou o Brasil em diversos países e tornou-se um dos melhores colaboradores do Barão do Rio Branco. Em pleno apogeu de sua carreira diplomática foi tentado por um convite para assumir o Governo do Pará, a fim de apaziguar as lutas políticas das duas facções que se digladiavam, uma chefiada pelo Dr. Lauro Sodré e outra pelo intendente Antônio Lemos. A indicação do DR. Enéas Martins foi feita pelo Catete e venceu o pleito como candidato único. Ao assumir o governo, em 1913, desfez-se do seu jornal “Folha do Norte”, que passou a ser propriedade de Cipriano Santos. As tramas políticas, porém, envolveram a boa fé do Dr. Enéas, que não teve pulso para dominar a oposição que se criou contra o seu governo, principalmente quando o terrível jornalista Paulo Maranhão passou a combatê-lo. No dia 27 de dezembro de 1916 rebentou uma revolta na Polícia Militar. Enéas, sem chance de resistência, asilou-se no Arsenal de Marinha, tendo ali renunciado ao cargo de Governador. No dia 14 de janeiro seguinte, embarcou no vapor “Minas Gerais”, para o Rio de Janeiro, onde faleceu três anos depois, mais de doença moral do que física, na opinião de muita gente.                           
    
ANTÔNIO JEREMIAS RODRIGUES

Antônio Jeremias Rodrigues, nasceu em Cametá a 16 de fevereiro de 1879. Escultor exímio. Suas obras constituem para o nosso município um acervo de alto padrão. As diversas Igrejas de nossa cidade receberam o reflexo de sua capacidade artística. Imagens, como as de Santo Antônio, São João Batista, Bom Jesus, São Sebastião e Nossa Senhora das Dores, existentes na catedral, são obras que imortalizam o renomado mestre na consciência de todos os cametaenses. Uma de suas mais apreciadas obras é a imagem de Nossa Senhora das Dores. Olhando os traços fisionômicos dessa imagem podemos aquiltar o grau da capacidade de Jeremias Rodrigues. O altar-mor da catedral e o altar da Igreja de Nossa Senhora das Mercês, são frutos de seu invejável trabalho. A imagem de São Benedito, na igreja do mesmo nome, também foi modelada pelo inesquecível escultor.
Seus trabalhos criativos nas quadras carnavalescas, constituíram obras de requintada arte. Ainda vive na memória dos velhos foliões a beleza que constitui “A cegonha”, “surpresa”, apresentada pela sociedade cametaense no carnaval de 1947. Jeremias Rodrigues, além de escultor, foi emérito violoncelista. Estamos envidando esforços para que seu busto venha a figurar no jardim dos artistas, como homenagem a tanto quanto fez pela arte cametaense e a fim de que sua lembrança sirva de estímulo as gerações futuras. O grande artista faleceu em Cametá no dia 18 de janeiro de 1953.

JOB DOS SANTOS MELO

Job dos Santos Melo compositor e regente. Nasceu em Cametá a 12 de janeiro de 1865, onde faleceu a 20 de abril de 1933. Job dos Santos Melo regeu a Filarmônica Carlos Gomes e a Banda Euterpe Cametaense. Organizou a Banda Municipal de Baião, dirigindo-a durante algum tempo. Tornou-se conhecido com a publicação em “o Malho”, das melodias “Lamentos”, “Redenção de Cametá”, e “Mecânicos”. A conhecida valsa “Serment D’amour”, imprensa na Alemanha, até hoje constitui um grande sucesso. Compôs ainda o dobrado “Senador Lemos” e diversos hinos sacros. Também de sua autoria a valsa “Iza”, o samba “Minas Gerais” e o Shot “Joaquina”. Job dos Santos Melo é um dos homenageados no jardim dos artistas, desta cidade, onde seu busto lembrará sempre a grande contribuição que prestou à música cametaense.

JOSÉ VEIGA SANTOS

José Veiga Santos nasceu em Cametá a 18 de fevereiro de 1890, Filho de João Castro de Oliveira Santos e Maria Sacramento da Veiga Santos.  Desde cedo demonstrou vocação para a pintura, tendo estudado desenho no curso técnico da Escola Nacional de Lisboa, para onde fora graças à interferência de seu padrasto João L. Marques. Voltando a Belém, dedicou-se à pintura como também à arte fotográfica, ocasião em que fundou em nossa capital a fotografia moderna. Frequentou ainda nos Estados Unidos, onde estivera, a Escola de Arte ao Ar livre. Posteriormente ocupou-se inteiramente do desenho e da pintura, passando a ensinar a arte de pintar durante quarenta anos. Centenas de alunos aprovaram os conhecimentos ministrados pelo mestre, fato que concorreu para o desenvolvimento da pintura entre nós. José Veiga Santos não se deixou influenciar pelas correntes modernas da pintura. Apaixonado pelo clássico e principalmente pelos motivos amazônicos, as suas belas telas hoje enriquecem as paredes particulares e dos edifícios públicos de Belém. O consagrado pintor faleceu a 25 de dezembro de 1966.

LUIZ DEMÉTRIO JUVENAL TAVARES

Luiz Demétrio Juvenal Tavares nasceu em Cametá, a 21 de junho de 1849. Poeta e jornalista de grande talento. Publicou várias obras de expressiva sensibilidade poética e artigos de vigorosa combatividade na imprensa. Deixou os livros em versos “Pyrilampos” (1877), “Paraenses” (1877), “Viola de Joana” (1887), “Versos Antigos e Modernos” (1889) e os livros de contos “Vida na Roça”, “Casos e mais casos”, “Serões de Mãe Preta“, além de “Musa Republicana”. Juvenal Tavares era primo de Padre Prudêncio José das Mercês Tavares, o herói da resistência aos excessos da Cabanagem, em Cametá.  A epidemia da Cólera-Morbus que grassou em Cametá em 1855, deixou-lhe na mente de criança uma recordação pungente. Referindo-se a essa triste época, que enlutou a cidade inteira, Juvenal Tavares dedicou à sua terra uma dolente poesia de que consta a seguinte estrofe: “O látego de Deus, flagelo lacerante/ a peste truculenta a faz chorar, gemer! / em sua face adusta, o luto está constante/ pintando o negro horror, que faz estremecer”. Pertenceu o poeta Juvenal Tavares à Academia Paraense de Letras, da qual foi um dos fundadores em 3 de maio de 1900. E faleceu em Soure, extremamente pobre, a 30 de junho de 1907.

MESTRE PERNAFORT

O artista plástico cametaense Raimundo Penafort de Sena faleceu segunda-feira de uma parada cardíaca, aos 78 anos de idade, professor Penafort, como era chamado pela população local, construiu seu nome como escritor, pintor, músico, e educador, chegou a ser reconhecido como Aleijadinho cametaense por seus trabalhos de entalhe em madeira e esculturas em igrejas da cidade. Nascido em 23 de janeiro de 1924, Raimundo Penafort de Sena foi criador do Instituto Histórico de Cametá, O artista plástico Ubiratan do Rosário o define como patrimônio da cultura cametaura, por seu trabalho que unia simultaneamente, a cultura espontânea de caráter popular a arte erudita.
O enterro foi realizado na tarde de ontem na própria cidade de Cametá, muitos estudantes locais participaram de uma série de homenagens ao professor durante o funeral. Foi um dos maiores escultores de Cametá, pouco lembrado pelos cametaenses, mais reconhecido em outros países. Assim podemos descrever Raimundo Penafort:
Nascido na cidade de Cametá em 1924, vindo de família pobre, estudando toda a vida estudantil em escolas públicas, descendente de um povo lutador e histórico, se firmou como um dos maiores escultores da sociedade cametaense conhecido como “Aleijadinho cametaense” título dado por esculpir imagens em madeiras, imagens que estão glorificando o grande cametaense que foi Raimundo Penafort.
Esperamos que a passagem de Raimundo Penafort por essas bandas não seja como uma chuva ou uma ventania, mais sim como um marco de glorificação do cametaense que viveu para seu povo. Tanto no trabalho quanto no dia a dia, Raimundo Penafort vem confirmar que o cametaense é um povo inteligente, não pelas minhas palavras, mas por tudo que os cametaenses representaram dentro da sociedade brasileira desde o descobrimento da sociedade em 1617. 

VICENTE SERRÃO DE CASTRO FILHO

Nasceu em Cametá a 06 de maio de 1891, e faleceu em Macapá a 06 de março de 1961. Era Filho de Vicente Serrão de Castro e Cândida Rosa de Azevedo Castro, naturais do Estado do Maranhão.  Vicente Serrão de Castro compositor, regente e mestre de banda, de destaque em Cametá. Atuou como mestre regente, organista e violinista do coro sacro, “Lira Angélica”, da matriz de Cametá. Autor de numerosas composições musicais e bem inspiradas, das quais destacamos: “Ah! O passado! ”, “Pérolas do Tocantins”, “soluços” e “lágrimas maternas”, valsas de alto conceito executadas com justos elogios em Belém do Pará. As marchas “força expedicionária brasileira”, ”ecos cametaenses” e “15 de novembro“, também constam de seu invejável repertório. Os dobrados “Inácio Moura”, “Jeremias Rodrigues” e “os voluntários”, assim como as músicas sacras, “Tantum Ergo”, “Ave Maria”, “’Jaculatória de São Benedito”, e “Jaculatória de São João Batista”. Autor da marcha civil “Glórias cametaenses”, também executada inúmeras vezes em Belém, pelas bandas militares. Emérito professor de música. Ainda hoje, a centenária banda euterpe cametaense, dirigida por seu filho, o maestro Cupijó, tem em suas fileiras músicos que receberam a sua orientação. Como homem público exerceu nesta cidade o cargo de Secretário Municipal na época do intendente Manoel Mário Martins, tendo assumido a intendência Municipal, interinamente, por várias ocasiões. Foi redator do jornal “A luta” que circulava na Região Tocantina. Vicente Serrão de Castro Filho foi um cametaense que deu notável contribuição à cultura paraense.

VICTOR TAMER

Membro da Academia Paraense de Letras, Escritor, Cirurgião Dentista, Professor de Francês e Artista Plástico. O Dr. Victor Tamer nasceu na cidade de Cametá em 31 de agosto de 1912, Filho de Armindo Tamer e Rosa Tamer, ambos libaneses. Fez o Curso Primário no Grupo Escolar Dom Romualdo de Seixas, em sua terra natal e o secundário em Belém, como aluno interno do conceituado Colégio Progresso Paraense, do renomado educador Dr. Artur dos Santos Porto. Ingressou a seguir na faculdade de odontologia do Pará, recebendo o grau de Cirurgião-Dentista no ano 1933. Fundou em Cametá a revista literária “O Royal”, de grande aceitação na sociedade cametaense, cuja coleção ofereceu à nossa biblioteca municipal. Colaborou assiduamente nos jornais locais “Jornal de Cametá” e “O Tocantins”.
Em Belém manteve por longo tempo uma coluna semanal na “Folha do Norte” de Paulo Maranhão e ainda escreve no jornal “A Província do Pará”. Professor de língua francesa pela Aliança francesa de Belém, da qual foi seu Presidente por três vezes, lecionou esse idioma por mais de uma década no Colégio Santa Rosa. Trabalhou como Odontólogo na Previdência Social e na Saúde Pública do Estado, pela qual se aposentou após tempo integral de serviço prestado.
Sócio efetivo da Academia Paraense de Letras e do Instituto histórico e Geográfico do Pará possui em sua bagagem literária as seguintes obras publicadas: Viagem à Europa, momentos da vida (crônicas), paisagem humana (crônicas), discursos solentes, Cametá e sua história e Chão Cametaense, além de inúmeras crônicas esparsas em órgãos de publicidade. Possuindo pendores para a pintura, várias telas de sua autoria estão expostas no museu histórico de Cametá, na Academia Paraense de Letras e outros lugares particulares.
“Medalhas Condecorativas “José Veríssimo”, Pedro Teixeira” e “Academia Municipalista do Brasil”, além de duas dezenas de medalhas comemorativas de várias instituições culturais. Títulos de “honra ao mérito” outorgados pela assembleia legislativa do estado e pela Câmara Municipal de Cametá, que também lhe outorgou a comenda do mérito Dr. Gentil Bittencourt. Victor Tamer é casado com Maria Adelaide Tamer com quem teve três filhos: Victor Tamer Filho, formado em odontologia (falecido), Maria das Graças Tamer Vasques, formada em pedagogia e Sérgio Victor Tamer, bacharel em Direito, todos casados e mais nove netos e dois bisnetos.

ASPECTOS SÓCIO-GEOGRÁFICOS

1 - ASPECTOS GEOGRÁFICOS

1.1 - Localização

O município de Cametá está localizado na mesorregião do Nordeste Paraense e na Microrregião de Cametá.

1.2 - Limites

Norte - Limoeiro do Ajuru
Sul     - Mocajuba
Leste - Igarapé-Miri
Oeste - Oeiras do Pará.
Coordenadas geográficas: 2º14’40”S e 49º29’45”W

1.3 - Área

O município tem uma área territorial de 3.108,5 km².
- Distância da Capital

Destino
Meio de Transporte
Distância (km)
Tempo de Viagem
Belém
Hidroviário
174
10h
Belém
Aéreo
146
50 min.
Belém
Misto
156
4h30 min.

2 - ASPECTOS FÍSICOS E NATURAIS

2.1 - Clima
Apresenta o clima típico da região Amazônica - Equatorial, Quente Úmido. Localizado em área de baixa latitude. As temperaturas se mantêm elevadas o ano todo. A temperatura média anual oscila entre 22º e 28º. A precipitação pluviométrica anual é bastante elevada, com volumes entre 2.000 e 2.250 mm, sendo o outono a estação mais chuvosa, concentrando cerca de 50% do total anual. Na primavera ocorre o período menos chuvoso, tratado como verão, é um período de grandes necessidades de água, devido às elevadas temperaturas, onde se verifica um pequeno período de 1 a 2 meses seco. A umidade relativa do ar é bastante alta durante todo ano, oscilando em torno de 85%.

2.2 - Solo

Apresenta solos com horizonte B LATOSSÓLICO. Há áreas onde a agricultura é pouco favorecida, devido ao alto teor de alumínio, requerendo correções. As chuvas abundantes favorecem a lixiviação, mas a fertilização e técnicas adequadas em culturas adaptadas podem corrigir a baixa fertilidade natural dos terrenos.

2.3 - Hidrografia

O principal rio é o Tocantins, que atravessa o município no sentido sul-norte; nele os furos e paranás possuem designações particulares, cujo destaque maior é para uma centena de ilhas nas quais habitam os ribeirinhos.

2.4 – Vegetação

O município apresenta a típica floresta amazônica. A floresta ombrófila densa (floresta tropical pluvial). Esse tipo de floresta é típico das galerias pluviais tropicais. A cobertura vegetal primária, devido a ação humana por mais de três séculos, encontra-se parcialmente alterada, principalmente próximo às estradas. A área é recoberta por floresta de várzea e de terra firme. Destaca-se a presença de Campinas em algumas porções de terra firme e as ilhas que são verdadeiros pindoramas, graças a abundância de palmeiras como miriti e açaí.

2.5 - Geologia, Relevo e Topografia

O município fica tanto nas planícies costeiras como nos tabuleiros costeiros. O território compreende terras nas duas margens do baixo rio Tocantins, correspondendo a uma zona de várzeas e a uma área mais elevada dos tabuleiros, estes mais altos na margem direita. As cotas altimétricas variam entre 14 e 30 metros, mas a topografia é predominante plana.

3 - ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

De acordo com o Censo Demográfico de 2000 (IBGE), a população total do município de Cametá é de 97.624 habitantes, sendo que 40.417 residem na zona urbana e 57.207 na zona rural. Sua densidade demográfica é de 31,37 hab/km. São 50.144 habitantes do sexo masculino e 47.480 do sexo feminino. A tabela abaixo demonstra a distribuição espacial da população residente no município de Cametá.

Distribuição da População Municipal - 2000

População
%
Total
Urbana
41,4
40.417
Rural
58,6
57.207
Total
100
97.624
Fonte: IBGE/2000

Dados Atuais:

População recenseada 2000 - 97.624 habitantes / Área do município: 3.081,38 km²
População residente 2000 na sede municipal - 31.775 / Percentual: 32,54%
População estimada 2005 - 105.416 habitantes
População economicamente ativa - 35.244 pessoas
População não economicamente ativa - 34.235 pessoas

  Fonte: IBGE/2005

4- ASPECTOS ECONÔMICOS

4.1 - Extrativismo

Vegetal: destaca-se o açaí, sementes oleaginosas (andiroba, ucuuba, muru-muru), o palmito, e a castanha-do-pará.
Mineral: a extração de areia é uma importante atividade subsidiária do setor industrial de Cametá.

4.2 – Pecuária

4.3 – Comércio

Observa-se a expansão dessa atividade econômica com o surgimento de lojas e supermercados, além de outros estabelecimentos comerciais.
4.4 - Agricultura

Os principais produtos são: mandioca, pimenta-do-reino e o cacau. Inclui-se na produção agrícola do município a banana, o arroz, o coco-da-baía e o feijão, todos esses em menor escala. Há no município uma considerável produção de frutas regionais como o maracujá, o cupuaçu, o bacuri, o taperebá (cajá) e a manga.

4.5 - Pesca

O município apresenta atividade pesqueira artesanal. Destacam-se o mapará, a pescada branca e o tucunaré. Há no município, experimentos de piscicultura em cerca de 100 (cem) tanques com criação de tambaqui e curimatá (curimatã).

4.6 - Indústria

Observa-se que a indústria da madeira apresenta declínio em número de estabelecimentos, mas as pequenas serrarias da zona rural ainda colocam essa atividade em primeiro lugar, seguida de muito perto pelo beneficiamento de produtos, alimentares, com os maiores estabelecimentos beneficiando palmito e a castanha-do-pará. Há de se destacar também o incremento na atividade moveleira.

5- ASPECTOS SOCIAIS

5.1 - Sistema de Transporte

Acesso

a) Rodoviário

A sede municipal é servida pela Rodovia PA-156 que faz a ligação com os municípios de Limoeiro de Ajuru e Tucuruí. A margem direita do território municipal também é interceptada pela Rodovia PA-151 que liga Baião a Igarapé-Miri. Dela partem rodovias menores que ligam as vilas de Curuçambaba (PA-467), Carapajó (PA-469) e Vila do Carmo do Tocantins (PA-471). Outras vilas e povoados menores são servidos por estradas e ramais municipais.

b) Fluvial

O porto de Cametá é um dos mais movimentados da região do Baixo Tocantins, estabelecendo ligações regulares para os municípios de Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Baião, Tucuruí, Abaetetuba e Belém.
c) Rodo-fluvial

d) Aéreo
Há no município um campo de pouso com pista asfaltada de 800 metros de extensão, permitindo pouso e decolagem de aeronaves de pequeno porte, e já está em ênfase de conclusão O novo aeroporto, que fica na Transcametá Km 05.

e) Transporte Urbano

f) Rodovias Vicinais

PA 467 - Liga a PA 151 ao Distrito de Curuçambaba
PA 469 - Liga a PA 151 ao Distrito de Carapajó
PA 471 - Liga a PA 151 ao Distrito de Vila do Carmo
CAM 08 - Liga a PA 156 a Vila de Juaba

5.2 - Sistema Educacional

Estudantes Matriculados 2005
Creche e Pré-Escola
8.069
Ensino Fundamental
31.696
Ensino Médio
5.927
EJA (Educação de Jovens e Adultos)
3.630
Fonte: IBGE/2005

5.3 - Sistema de Saúde

A infraestrutura de saúde do município é constituída de 02 (dois) hospitais, 22 (vinte e dois) postos de saúde municipais, 2 (dois) centros de saúde e 04 (quatro) laboratórios. São 184 leitos hospitalares e 41 médicos.

5.4 - Serviços Básicos

a) Abastecimento de Água

Serviço Autônomo de Água e Esgotos - SAAE
Quantidade de Reservatórios: 03 (227, 150 e 56 metros cúbicos, respectivamente).

População Atendida:

30.000 pessoas na Zona Urbana
3.500 pessoas na Vila do Carmo (distrito)
1.800 pessoas na Vila do Carapajó (distrito)
1.800 pessoas na Vila de Curuçambaba (distrito)
1.530 pessoas na Vila de Juaba (distrito)

b) Energia Elétrica

O sistema de energia elétrica da cidade de Cametá é administrado pela Rede Celpa. A subestação que fornece energia elétrica é do próprio município (Cametá). As localidades com energia elétrica são: Vila do Carmo, Vila de Carapajó, Vila de Juaba, Vacaria, Cametá-Tapera, Mupi, Pacajá, Vila de Joana Coeli, Vila de Areião, Vila de Curuçambaba, Belos Prazeres, Vila do Coco, Umarizal, Vila de Bom Jardim, Vila de São Benedito, Vila de Porto Grande, cidade de Cametá. O fornecimento de energia elétrica é feito durante 24hs/dia e o fornecimento de iluminação pública inicia às 18hs, e encerra às 06hs, em um período diário de 12hs. Os consumidores de energia elétrica agrupam-se em seis classes: residencial, comercial, industrial, pública, poder e empresas de serviço público.

C) Coleta de Lixo

O serviço de limpeza pública de Cametá é de responsabilidade da Prefeitura, com exceção da remoção do entulho que está sob a responsabilidade do morador ou inquilino da residência. A taxa de cobertura da coleta do lixo doméstico é de 80% no perímetro urbano, chegando a 50% na zona rural. Diariamente são coletadas 20 toneladas de lixo na zona urbana. Na zona rural chega a aproximadamente 12 toneladas. O lixo da zona urbana é depositado a céu aberto, com uma área de 4.000 metros quadrados, localizada na Estrada do Coco, sendo que o lixo da zona rural é depositado nas imediações das vilas.

D) Saneamento Básico

O sistema de esgotamento sanitário do município não é tratado e cobre apenas o centro da cidade. O destino final do sistema de esgoto é o Rio Tocantins. Foram construídos pelo Projeto Alvorada do Governo Federal, 180 banheiros com fossas sépticas nos bairros periféricos da cidade.

6- ATRATIVOS TURÍSTICOS

6.1 - Atrativos Naturais

a) Praias

É grande o número de praias espalhadas na extensão do rio Tocantins e seus afluentes, dentro do território do município, seja circundando ilhas, no meio dos rios mais largos e na beira de terra firme. Dependendo das marés e da época do ano, tais praias crescem ou diminuem de tamanho e constantemente estão mudando de lugar.
Praia da Aldeia de Parijós

Situada às margens do rio Tocantins, ao norte do centro da sede do município, atualmente considerando-se um bairro da cidade de Cametá. Os meios de acesso ao atrativo são: rodoviário (pavimentado em parte), hidroviário ou fluvial. A distância do núcleo urbano é de aproximadamente 3 km, gastando-se o tempo de 5 minutos neste trajeto (veículo automotor).

Praia do Pacajá

Situada às margens do rio Tocantins, na Vila de Pacajá, ao norte da sede do município. Os meios de acesso ao atrativo são: rodoviário (não pavimentada), hidroviário ou fluvial. A distância do núcleo urbano é de aproximadamente 5 km, gastando-se o tempo de 10 minutos variando para mais ou para menos dependendo do estado da estrada de acesso.

Praia de Cametá-Tapera

Situada às margens do rio Tocantins, na Vila de Cametá-Tapera, ao norte da sede do município. Os meios de acesso ao atrativo são: rodoviário (não pavimentada), hidroviário ou fluvial. A distância do núcleo urbano é de aproximadamente 10 km, gastando-se uns 20 minutos aproximadamente.

Praias de Marajuba

Denominada de Fazenda, sua extensão é de 1 km, aproximadamente. Está situada às margens do rio Tocantins, apresentando várias espécies de árvores frutíferas, como palmeiras de açaí e buriti, além de seringueiras e outras. Há uma produção agrícola de pimenta-do-reino, arroz, mandioca, milho etc.

Praia de Carapina

Localizada à margem esquerda do rio Tocantins, com extensão de aproximadamente 2 km. O acesso é fluvial e encontra-se no seu estado primitivo.

b) Ilhas

No município de Cametá existem cerca de 100 (cem) ilhas distribuídas ao longo do rio Tocantins que corta o município no sentido norte-sul. As principais são:

Ilha do Itaúna

Situada no distrito de Cametá, no rio Tocantins, a leste da sede do município (mais precisamente em frente da cidade de Cametá). Os meios de acesso ao atrativo são: hidroviário ou fluvial. A distância do núcleo urbano é de 2 km, que levam em média 10 minutos em barcos de médio porte apropriados para este fim.

Ilhas de Praticaia e Paruru

Situadas no distrito de Cametá, no rio Tocantins, a leste da sede do município. Os meios de acesso ao atrativo são: hidroviário ou fluvial. A distância do núcleo urbano é de aproximadamente 18 km que podem ser percorridos em uma hora e trinta minutos em média.

Ilha do Pacuí

Situada no distrito de Cametá, no rio Tocantins, ao sul da sede do município. Os meios de transporte ao atrativo são: hidroviário ou fluvial. A distância do núcleo urbano é de 3 a 4 km, podendo ser percorridos em 45 minutos em média.

Ilha de Cuxipiari

Situada no distrito de Cametá, no rio Tocantins, tendendo para o centro do rio, a leste da sede do município. Os meios de acesso ao atrativo são: hidroviário ou fluvial. A distância do núcleo urbano é de aproximadamente 12 km, que leva 1(uma) hora em média de barco da região.

Ilha de Marinteua

Situada no distrito de Moiraba, no rio Tocantins, ao sul da sede do município. Os meios de acesso ao atrativo são: hidroviário ou fluvial. A distância do núcleo urbano é de aproximadamente 12 km que podem ser percorridos em 1 (uma) hora e 30 (trinta) minutos.